domingo, setembro 23, 2012

cara ou coroa

Uma vez comentei aqui a paquera de um coroa super exuto que meu deu uma paquera muito estranha. Comecei a pesquisar a vida do cara, por se tratar de uma pessoa um pouco pública na minha cidade, encontrei muitas facilidades e algumas dificuldades. Ouvi muita coisa, inclusive de que ele ja foi michê.

O negócio é que essa semana ele foi de novo ao meu trabalho pedir um favor e deu em cima de minha assistente, um rapaz que presta serviço me disse que ele investe pesado na moça, que fica tensa e não gosta. Eu saí da sala e fui ao banheiro, na volta ele me para em frente à minha porta pra conversar comigo, fica com aquele papo de macho, me chamando de "Drammazão" e eu fico todo mexido e resolvi encará-lo. Ele ficou bem próximo do meu rosto, me olhando no olho e me pediu o favor que queria. Eu disse que era possível sim fazer e que iria resolver ainda no mesmo dia. Ainda fitando-o no olho perguntei como ele estava.

"Drammazão, eu tô, como diz o ditado, mais apertado que virilha de gordo". Eu olhei pra ele e retruquei se ele estava se sentindo como minha virilha. Ele riu, pegou no meu ombro e perguntou "ela é apertada?". E eu respondi que sim. "Eu posso te ligar?", perguntou me olhando no olho. "Você tem meu telefone, fique a vontade". E tô esperando...

terça-feira, setembro 18, 2012

coisas que só o coração pode entender

Depois do fora que levei do Rafa, parei de ligar pra ele, mas continuei atendendo suas ligações e sempre lidei de forma natural, dentro do possível, com a situação. Parei de cobrar a presença dele e muito menos combinava algo para incluí-lo. Nos falamos várias vezes, em sua maioria das vezes ele queria me questionar sobre uns projetos dele em que acabo fazendo uma consultoria, dando minha opinião profissional. Ele me ligou todas as vezes, quando liguei foi apenas retornando a ligação.

Neste sábado ele me ligou e perguntou o que eu ia fazer, "a mesma coisa que tenho feito nos últimos cinco sábados, ido para um samba com meus amigos". Ele perguntou que samba era, onde era e respondi. No fim perguntei se ele queria ir e ele disse que queria, mas ia depender do Tropeço, se ele fosse trabalhar. Na hora entendi o recado "vou, se puder ir sozinho". Ele não foi e eu, claro, nem liguei.

Domingo de manhã ele me liga e eu estava resolvendo uma pendência do trabalho e pergunta se podia ir na minha casa, consenti e ele perguntou o horário, respondi que pela tarde. Antigamente eu ficava em casa, jiboiando, esperando ele me ligar e aparecer. Já cheguei a relatar aqui as inúmeras vezes que fiquei chateado com a falta de pontualidade nos compromissos dele. E juro que toquei meu domingo de boa, trabalhei, almocei com uns amigos, vi meu afilhado, sai com o Rapaz da Livraria (que estou pensando em rebatizá-lo de Ruivo-Loiro. O que acham?) e nem pensei que ele tinha dito se ia ou não na minha casa. Final do domingo, a música mais propícia pra suicídio tocando (a abertura do Fantástico), o Rafa me liga ja se desculpando dizendo que não veio porque o Tropeço ficou na casa dele até aquela hora e tal e eu, na inocência disse "e tu vinha aqui?". Nessa hora ele ficou calado e disse que tinha combinado comigo no sábado e eu ainda inocente so disse "Ah, foi", como se tivesse relembrando. Então o Rafa disse que viria na segunda-feira, coisa que achei estranho, pois ele nunca vem na semana. Primeiro porque eu saio do trabalho tarde, segundo porque ele não tem carro e tem que contar com minha carona ou busão. E tarde da noite ele não vai pegar busão.

Segunda-feira estou uma pilhe de stress no trabalho, tinha um coordenador chato pra caralho me pedindo coisas pra fazer, mas a parte dele ficava enrolando pra entregar e eu só ameaçando com os prazos. Cinco da tarde o Rafa liga perguntando que horas eu vou pra casa e eu super de boa disse que achava que umas 19h, pois o meu trabalho tava fluindo. Ele diz que o Tropeço ia pra casa dele, depois pra faculdade (veneno escorrendo: é a terceira faculdade que o Tropeço faz e não termina porque sempre desiste do curso) e podia dar uma carona pra ele. Eu pensei, mas disse que na hora que eu fosse sair eu ligava. Quando foi 19h30, tava todo feliz com meus trabalhinhos todos organizados e andando, me preparando pra ir pra casa, liguei pro Rafa que deu a entender que ia de ônibus (mas não ia pegar carona com o motorista da Família Addams?) quando o outro coordenador chega na minha sala querendo ver o material dele. Nessa hora eu respirei fundo, busquei paciência onde não tinha e lembrei que o cara já era idoso (72 anos) e o filho dele era um cara muito legal que sempre foi muito bacana comigo no meu emprego anterior. Sentei e fui mostrar pra ele tim tim por tim tim, fazendo os ajustes que ele queria, fui me liebrar depois de uma hora, morrendo de medo que o Rafa ja tivesse chegado onde eu ia encontrá-lo. Parece até que foi combinado, na hora que estacionei o carro ele desceu do busão e fui comer um temaki pois estava morrendo de fome.

Comemos o temaki, tomamos uma cerveja (eu merecia, o dia foi punk) e eu CRENTE que ele ia se despedir e voltar pra parada disse que queria ir na minha casa. Pois bem, fomos, ele mexeu na minha coleção, ficou falando do blu-ray dos Vingadores que comprei, perguntou se podia combinar de vir assistir e eu só sendo gente boa, amigo mesmo. Foi aí que ele me falou que tinha visto uma peça em que ele ficou encantado e tinha comprado e esperava chegar pelo ebay, mas que tinha que ir atrás do par da peça, que ele não tinha achado. Ele não sabia, mas eu tinha essa peça em casa, guardada, esperando uma boa oportunidade de venda. Abri o armário, tirei uma caixa branca e entreguei "pronto, agora você não precisa mais ir atrás". Ele abriu, quando viu o que era parecia menino. Pulou, me abraçou, me beijou as buchechas. Eu fiquei sentadinho na minha cadeira olhando pra ele, foi quando ele me surpreendeu e me abraçou de novo e beijou meu pescoço e agradeceu mais uma vez.

Rafa sentou em minha cama, pegou um gibi antigo que eu havia comprado e a folheou, página por página de suas 260 páginas, conversando e elogiando a arte e conversamos sobre as histórias. Eu falei que não sabia se estava velho ou saudosista demais, mas hoje em dia as histórias estavam mais preocupadas com a parte gráfica do que com a qualidade do roteiro e evolução dos personagens. Ele terminou e perguntou se eu podia deixá-lo em casa, já eram meia noite. Eu já havia bocejado várias vezes e perguntei se ele não queria dormir na minha casa, que o deixava pela manhã bem cedo. "Eu até dormiria, mas deixei a porta do quintal sem a tranca". Fiz sinal de que tudo bem e fui deixá-lo em casa.

Na porta da casa dele ele me abraçou novamente, beijou meu pescoço e agradeceu de novo pelo presente. Eu apenas ri e o abracei, não devolvi o beijo. Antes de fazer menção de sair me abraçou novamente, me beijou no pescoço e disse pra nos vermos mais vezes. "Claro", respondi.

No caminho de casa, eu estava quase chegando no portão, ele manda uma sms MORTODIFELIZ com o presente, dizendo que realmente não esperava ganhar aquilo e que eu o tinha feito muito feliz, pois havia dado algo que ele queria muito, que lembrava a infância dele e que era muito especial por isso, e porque eu tinha dado. Não respondi. Pela manhã ele manda outra sms dizendo que acordou e olhou pra peça novamente e escreveu "meu dia ta mais lindo quando acordei e vi o presente, obrigado irmão". Antes que alguém diga que irmão é queimação de filme, eu já adianto que a gente sempre se tratou assim. Não respondi novamente, tomei banho, café e fui pro trabalho, chegando lá comecei a resolver meus pepinos e descascar os abacaxis quando resolvi responder eram quase 11 da manhã e coloquei somente "de nada, Rafa".

Taí, eu achei que ia rolar, mas não quis tomar nenhuma iniciativa. Vamos ver como ele se comporta, eu estou na pista.

domingo, setembro 16, 2012

o rapaz da livraria III

Pra quem não lembra do rapaz da livraria, vou tecer breves comentários. O conheci quando trabalhava em uma livraria, foi a primeira vez que me joguei (e estatelei a cara) pra um cara e com o passar dos anos nos tornamos amigos. Ele, formado em Ed. Física ja foi até meu personal numa das minhas várias tentativas de colocar exercício na minha vida. Com o tempo estreitamos esse laço, mas somente nas redes sociais. Hoje ele me mandou inbox no facebook me fazendo uma pergunta simples e desencadeamos em um bom papo. Ele finalizou perguntando se não queria tomar um café no shopping, que eu, claro, topei. Tomei banho, coloquei meu melhor perfume e fui me encontrar com ele.

Eu estava na livraria, onde ironicamente nos conhecemos, quando ele chegou com sua camiseta justa, calça jeans, boné vermelho e sua barba arruivada. Eu piro na barba e peitoral dele com pelos castanhos, dourados e arruivados, o único defeito que ele tem, pra mim, é ter os mamilos pequenos. Mas enfim, voltando ao nosso encontro, ele chegou na livraria e falou comigo. Me deu um abraço gostoso, sem ser daqueles de batidinha no ombro. O lado ruim foi que ele disse que tinha encontrado com dois amigos, se eu me incomodava de tomar café juntos e eu disse que não. Mas queria dizer sim, fico pouco a vontade e desconcertado, porque eu não tenho muita afinidade com o rapaz da livraria.

Com os papos percebi que os dois amigos eram um casal e foi muito bacana o papo entre nós quatro. Modéstia à parte eu consigo engatar um papo até com os mais tímidos, acho que minha profissão me dá um pouquinho de cada coisa e nunca fico sem papo, independente da área de trabalho que a roda tenha.

Terminamos nosso café e o acompanhei até o banco para fazer uns pagamentos e conversamos amenidades. Depois ele perguntou se eu ia fazer alguma coisa e respondi "Não, vim mesmo só pra ver você". Ele riu e disse que gostou de me ver também. Disse para marcarmos mais coisas, nos vermos mais e perguntei se ele estava namorando e ele disse que não estava. Eu sorri. Nos despedimos e nos abraçamos, com o mesmo abraço gostoso que ele me deu, só que dessa vez cheirei perto de sua orelha. Nos olhamos e nos despedimos. Pensei em mandar SMS, mas vou fazer isso amanhã ou depois, deixa ver se o peixão fisgou a linha.

quarta-feira, setembro 12, 2012

à caça

Tem o ditado que "Quando Deus fecha uma porta abre uma janela". Depois da conversa com o Rafa, mesmo me sentindo tranquilo e em paz eu estou triste, é claro. Já nos encontramos essa semana e digo de coração que me senti bem, claro que quis beijá-lo e tocá-lo, mas não me senti mal, humilhado e nem nada. No final ele me deu um abraço, que recuei, mas acabei abraçando-o. Ele me beijou no rosto, mas eu não retribui, meu beijo saiu estalado ao vento.

Minha rotina de trabalho está tão corrida (e louca) que realmente não tenho tempo para ficar pensando muito nisso e nem em novos caras. Não tô dando conta nem direito da minha vida pessoal, Deus abençoe os amigos maravilhosos que eu tenho, que cuidam de mim. Tenho recebido visitas quando trabalho até mais tarde, combinam saídas pela minha agenda e vão lanchar e jantar próximo do meu trabalho para eu poder dar uma escapulida e colocar o papo em dia. Já disse que me sinto muito culpado por não dividir esse outro "lado" da minha vida, mas uma coisa de cada vez e tenho, de verdade, tentado e buscado um meio pra dizer. Se eu tivesse com o Rafa, ou qualquer outro que eu me sentisse feliz, seria mais fácil, mas assim, se assumir sozinho me falta coragem.

Enfim, só queria dizer que hoje, meu Caçador veio falar comigo no msn, perguntar como eu estava e que estava com saudades de mim. Eu sabia que ele estava namorando com uma menina de outro estado e perguntei como tava o namoro e ele me respondeu que estava solteiro. Demonstrei um pouco de tristeza e perguntei se não tinha dado certo por causa da ponte aérea. "Nada, foi por diferença de objetivos", e riu. Eu coloquei um smile e ele completou "vamos nos ver, tô com muita saudade de você".

Um amiga minha, mas também amiga antiga do Caçador já veio conversar comigo sobre ele. Do quanto nada que ele faz vai pra frente, como só se relaciona com menina "inferior" a ele (explico o inferior: meninas bem mais novas, que estão em cursinho, não trabalham, etc.) e de que quando aparece uma menina legal ele sempre consegue estragar tudo. Falou da amizade que ele tem com um amigo deles, que todo mundo diz ser homossexual e que ele possui quase uma devoção pelo cara. Ela acha que eles ja ficaram, mas hoje são só amigos. Lembro de uma viagem que fizemos uns quinze anos atrás e ela me disse isso, que eles tinham algo. Hoje ela lembrou dessa viagem, desse comentário e me disse "eu acho que quem "ensinou" as coisas à ele foi o David (amigo deles)".

Então eu me pergunto que coincidência foi essa ele aparecer. Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar.

domingo, setembro 09, 2012

chupa o dedo

Ontem encontrei com uma pessoa que nunca pensei em encontrar, se fosse em outra época o meu alarme da nóia estaria tocando, mas o fato é que eu sou PÉSSIMO fisionomista e pra decorar nomes. Já era bem a terceira vez que eu atendia o Victor, um fornecedor que tenho produzido alguns materiais com ele. Ele deve ter dois anos a menos que eu, muito simpático, baixinho e bonitinho. Não tem um corpo dos deuses, mas tem um sorriso bonito e gosto do jeito dele educado.

Toda vez que o Victor vai à minha sala sempre tem gente, de minha parte eu nunca tentaria nada pois já falei e repito aqui, meu lema é: "onde se come o pão, não se come a carne". Ontem, por volta de 16h eu estava sozinho na sala quando a recepcionista anunciou que ele estava e mandei entrar. Ele me apresentou os orçamentos que havia pedido e ficou me olhando, eu super sem jeito ri e ele riu também. Foi aí que veio a bomba "você não está me reconhecendo, né?", e eu super errado, morrendo de vergonha tentei sair pela tangente e disse que sim, era o Victor, da empresa tal. "Não de agora, Dramma. De antes". Gelei um pouco, no meu íntimo eu ja sabia que devia ser alguma escapada sexual na calada da noite. "Ai Victor, me diga logo... estudei com você?" - perguntei, rezando pra que fosse de colégio ou cursinho.

"Não, não estudou, mas me ensinou algumas coisas". Pronto, se antes eu estava gelado, agora eu devia ser um grande iceberg de tensão. Victor olhou para trás, vendo se ninguém abria a porta e disse "eu tinha 18 anos, tinha acabado de completar. A gente bateu papo no mirc, no canal #gaybrasil, e acho que morávamos perto. Você me pegou de carro, lembro bem um gol branco quadrado. Eu estava com medo, mas você era muito falante, mas mesmo assim não fiquei tranquilo". Sim, eu disse, eu lembro. "Você me beijou, mordeu minha orelha, pegou no meu pau e eu não deixei você chupar ou bater uma punheta. Você chupou meu dedo".

Eu ri e disse que lembrava e que diante das investidas e recusas dele o deixei em casa. Ele disse que era muito novo e era a primeira vez que saia com um cara. Perguntei como ele estava hoje e olhei pra sua aliança, ele disse que havia casado, e fez questão de frisar que era com uma moça, e tinha um filho de dois anos. Eu olhei pra ele e perguntei o porque ele queria saber se eu lembrava. "Por nada" - respondeu com um sorriso no rosto - "só queria saber se você lembrava, eu nunca esqueci aquela chupada no dedo...".

Eu ri e disse "é, chupada é o meu forte". Nos despedimos, guardei os orçamentos e ele saiu pela porta, tão rápido quanto entrou.

sábado, setembro 08, 2012

haja coragem.

Vocês sabem que não enviei a carta, mas acreditem, eu falei ,olhando no olho, o conteúdo dela. Não disse o adeus, mas simplesmente porque não senti necessidade dessa ruptura.

Rafa veio aqui em minha casa, usava uma camisa que tenho muito tesão nele com ela. Conversamos um pouco, mostrei o material novo que chegou e ele queria comprar e entreguei. Ele ficou olhando para uns gibis novos meus e quando os fechou eu bati a mão na cama e disse "senta aqui, vamos conversar".  Ele sentou-se e eu aproximei a cadeira da quina da cama, nos deixando bem próximos.

Rafa fitou o olhar no meu e pedi para sermos francos, que aliás, a franqueza era o único alicerce que poderia salvar nossa amizade. Eu disse que sentia que ele fugia as vezes de mim, mas que devia dizer não ao invés de cumprir promessas que ele não queria cumprir por medo. Ele me disse que realmente ficava muito tenso pois sempre tinha medo do que eu ia fazer e de que iria me magoar.

Então eu falei tudo aquilo que estava na carta, de que eu não tinha ciúmes, inveja ou egoísmo em relação a ele. Que a minha chateação era combinar algo com ele e ele não cumprir e fui falando, de forma tão bonita quanto à escrita, e me surpreendi pois eu nunca consigo falar tão bonito quanto escrevo. Eu ficava falando e ele me olhando, eu retornava o olhar no fundo dos olhos dele. Víamos sinceridade na fala um do outro. Infelizmente ele veio com o velho discurso de que GOSTAVA muito do Tropeço, que me AMAVA acima de tudo, da amizade, do relacionamento e até mesmo da família (eu juro que não consigo colocar na minha cabeça como alguém fala gostar pro namorado, mas enfim...). Então, sem precisar tomar coragem eu olhei pra ele e perguntei se ele não queria colorir nossa amizade. Rafa encheu os olhos d'água e me disse que não, que queria fazer dar certo com o Tropeço.

Não pressionei mais, nos abraçamos e ficamos assim um tempo. Eu balbuciei em seu ouvido que o único medo que eu tinha era de perdê-lo, "eu também, tenho muito medo de não ver mais você. Não me arrependo de nada do que aconteceu entre nós", ele respondeu. Dei uma carona pra ele e fui encontrar com meus amigos. Cheguei cedo em casa, olhei na internet e peguei o telefone do outro garoto de programa que foi minha primeira escolha, mas não tinha dado certo: Hércules.

Tomei banho e fui me encontrar com ele, nos cumprimentamos e fomos para o motel. Realmente o corpo dele era MUITO incrível (vide foto, fui eu que bati). Foi uma noite legal pra curar minha dor de cotovelo, mas se for contratar de novo prefiro o Juan. Hércules é tão profissional, que acabou o rala e rola se vestiu e disse que o programa tinha concluído, e eu morto de vontade de me perder nesse tórax dos deuses.

Quanto ao Rafa, prefiro encerrar com o Gozanguinha "Como será o amanhã? Responda quem puder...".

quarta-feira, setembro 05, 2012

a carta que não enviei.

Faltou coragem, admito. Mas ando criando a coragem como um bichinho, alimentando-a para que cresça forte e saudável.


Oi Rafa,

Embora não seja fácil, eu escolhi essa forma para conversar com você. Estou aqui para me despedir. 

Acho que não devo mais ver você, falar com você ou encontrar você, por mais que isso signifique sofrer ou ficar com o coração em frangalhos como estou agora. Não sei por quanto tempo vou ficar assim, pois o que aconteceu entre nós nunca havia acontecido antes. Com ninguém. Eu realmente achava que estava vivendo um sonho naquela madrugada de dezessete de dezembro quando nos beijamos pela primeira vez, depois daquele e de todos os encontros em que ficamos juntos eu achava que, embora difícil, ficaríamos juntos, pois havia tanta coisa a favor de nossa história que nem me passava pela cabeça não a vivermos. 

Que tolo pensar assim, pois eu sei o motivo. Deve ser muito difícil amar um monstro, sei que minha forma física é fator decisivo para você escolher não me dar essa chance. E olha que eu não estava pedindo exclusividade, muito menos que você abandonasse tudo o que construiu com outra pessoa pra ficar comigo. Eu queria liberdade. E só queria liberdade porque me sinto incrivelmente a vontade com você, tão meu amigo, tão meu irmão, partilhei dos meus mais secretos segredos, minhas frustrações, minha felicidade, minhas conquistas, meus medos e inseguranças porque eu sabia que tinha você. Que eu tenho você. Essa é uma despedida, mas não vou apagá-lo de minha história. Você é a representação da forma de amor mais puro que senti. Sinto não poder fazer você se sentir dessa forma também. Com isso estou lhe oferecendo a chance que me foi negada, estou lhe dando liberdade. Você não precisará mais ficar preocupado com cada encontro comigo, se eu vou tentar lhe beijar ou ficar com você.

É tempo de eu parar de sonhar que você estará ao meu lado. Que eu o veria me acompanhar e me dar a mão nos momentos mais difíceis e com seu abraço curar minhas dores. Que quando eu tivesse uma boa notícia, você seria a pessoa que eu mais queria ligar pra contar. Mas não posso deixar de pensar "Que dupla fantástica nós seríamos!". No dia em que você mais me magoou, quando me acusou levianamente de mandar mensagem via internet pro seu namorado eu achava que nunca mais seria capaz de lhe olhar. Eu me perguntava como você poderia me acusar daquilo, não por ter estado comigo o tempo todo, mas por achar que eu fosse capaz de querer lhe ver infeliz. Aquilo me quebrou de um jeito em que eu não saberia como iria colar e veja só, hoje, apesar dessa história me entristecer, eu não guardo nenhuma mágoa de você. Eu não consigo imaginar você sem ser com alegria, amor e amizade. E por isso eu decidi me despedir de você, para você ser feliz.

Sei que você vai querer dizer muitas coisas pra mim, mas por favor não faça. A minha dor já é grande o bastante para ouvir palavras vazias, que não vão me confortar. Eu não quero mais ouvir você dizer o cara fantástico que acha que sou. Não preciso dessa massagem no ego, por favor. Você não sabe quantas tentativas com outros caras eu tive depois de você para saber se era o que eu realmente queria e cada encontro me fez sentir sujo, louco e onde eu me perguntava, muitas vezes me lavando embaixo do chuveiro, como eu poderia estar fazendo aquilo. Porque eu não sentia o que senti com você. Quantas garotas eu tive também e eu me sentia cada vez mais vazio. Eu havia encontrado o que me fazia feliz, pena que quem me fazia feliz não via em mim esse retorno de felicidade.

Eu só lembro que você dizia que iríamos estragar nossa amizade. Olha só, eu nunca consegui ver isso (nem agora) que nossa amizade seria estragada. Ela está, para mim, estática e intocada no espaço tempo. Um sopro morno que aquece meu coração, pois é sua as minhas mais queridas memórias. Saiba que, apesar de tudo, você me fez sentir amado. Sentir como eu nunca me senti na vida e que eu imaginei que nunca seria. Amado como nos contos de fada, onde o amor é desprovido de ciúme, inveja, egoísmo ou medo. Não tenho ciúmes de você, nem inveja, egoísmo e nem medo. Meu sentimento por você me traz serenidade e conforto, nada mais. A única coisa que me arrependo em nossa história foi ter lhe feito chorar tantas vezes de remorso. As suas lágrimas não eram pra/por mim, mas eu sabia que eu era a causa delas. Me desculpe se o fiz sofrer, inebriado por meu sentimento.

Só tem um desabafo que eu sinto vontade de fazer. No dia que você, com lágrimas nos olhos, disse que me amava e que não podia ficar comigo porque seria incapaz de fazer comigo o que você fez com os outros, eu perguntei o que era e você disse "trair". Rafa, eu não tenho medo disso. Cada um se dá em uma relação da forma que é. Eu engoliria todo o meu orgulho, mas enquanto você escolhesse estar comigo, eu não me importaria se você estivesse com outro alguém. Eu me sentiria mais livre para poder decidir ser só teu ou não e a minha escolha não acarretaria que a sua devesse ser igual a minha. Lhe amo muito, por isso o quero livre.

Obrigado por todos esses anos. Obrigado por ser o amigo tão especial que és. Obrigado por ter sido meu irmão em vários momentos. Obrigado por ter sido meu parceiro em várias loucuras que idealizei. Obrigado por ter sido meu mais querido e sincero amor que já tive. Obrigado, de coração, por todos os momentos. Mas eu quero que sejas feliz, eu fazendo parte ou não da sua vida.

Adeus, meu querido. Nunca esquecerei você. Non... je ne regrette rien.

beijos
Dramma