domingo, julho 08, 2012

o rival.

Minha turma na faculdade era rival de outra turma. Rival mesmo, de organizar jogo de futebol e a torcida gritar pra um quebrar o outro e não pra fazer gol. De não no cumprimentarmos nos corredores e nem de se juntar em prol de reivindicar um bem comum. Era capaz de mudarmos de opinião pra não assumir que pensávamos igual. Pois bem, a faculdade passa, nos formamos e estamos aí, todos trabalhando na mesma área e o mercado é um ovo. Muitos de nós acabaram se tornando amigos de alguns que nem eram tão escrotos assim, ou então constatando que a escrotisse ficou exponencialmente maior com o passar dos anos. Eu era o "líder" da minha turma e a turma rival tinha uma líder.

Enfim, como eu disse, o mercado ovo de minha profissão me fez trabalhar com um menino da sala rival. E ontem estávamos pegando no batente juntos quando ele me confidenciou que estava preocupado com o que estava fazendo. Percebi que ele não tinha noção nenhuma do que estava fazendo e apenas seguia as regras que o chefe dele (e melhor amigo) tinha dado, mas tinha vazado da labuta em pleno sabadão. Fui lá e ajudei o cara, disse o que tinha que fazer e ele ficou perto de mim o tempo todo até ver que nossos chefes estavam satisfeitos com o resultado.

Ele deixara de ser o menino franzino, era alto e tinha os braços bem trabalhados. O sorriso era bonito e quando sorria parecia realmente estar alegre e não por convenção. Eu nunca o achei bonito, mas faz a linha dos playboyzinhos estilosos com camisa de marca pólo e óculos oakley que mexe com minha libido.

Nos olhamos, eu sorri. Ele sorriu de volta. Ficamos nos olhando e controlei o impulso de querer beijá-lo ali mesmo, naquele mar de gente. Eu nunca tinha pensado nele dessa forma. Ele tocou no meu braço, apertando e disse "obrigado". Continuamos a nos olhar fixamente. "De nada", respondi.

Um comentário:

Otávio disse...

gente, to me atualizando e cada vez mais penso... vc tá com tudo!