segunda-feira, dezembro 31, 2012

Dreamt of a doorway/ That opened to everything




um feliz 2013 para todos nós, abençoado e iluminado. Com muito amor, pois só ele move o mundo. Acreditem em vocês, no poder do amor e na força do seu trabalho.

beijos

quarta-feira, dezembro 26, 2012

sentimento ilhado, morto, amordaçado.

Ponderei bastante se iria escrever. Se conseguiria escrever. Estou me sentindo muito mal, tendo que separar o vazio que me habita do profissional, onde nesse fim de ano estou sendo mais cobrado que o costume, com várias responsabilidades em minhas mãos. Tenho que manter o foco e ignorar meu coração.

Passei no Rafa no dia de Natal, em uma hora (claro) em que o Tropeço não estava, coloquei seu presente (calça jeans, camisa e cueca samba canção) em uma embalagem muito bacana e fui super feliz pra lá. Ele, ao ver o presente que não esperava, agradeceu, mas disse que se sentia constrangido por não me dar nada em troca. "Eu não ligo para presentes, você sabe"- respondi e completei dizendo que tinha comprado de coração, mas se ele não se sentisse bem, podia devolver, não queria constrange-lo. Ele riu, disse que tinha adorado e me deu um longo abraço. Conversamos um pouco, ele me mostrou uns vídeos bem legais de uma cantora britânica que eu não conhecia e tive que ir embora pois tinha combinado de ir à praia com meu amigo cardiologista. Chamei pra ele ir, mas ele declinou pois ia fazer umas compras de última hora com a mãe dele. Nos desejamos Feliz Natal, nos abraçamos e saí.

Conversei com um amigo sobre como tem sido ótimo minha relação com o Rafa desde que eu voltei de férias e ele me disse "acho que é só questão de tempo para ele se render e ver que você faz muito bem à ele".

No dia 25 nos falamos e passei lá novamente, meu personal (o Barba Ruiva) me mandou whatsup confirmando a academia de hoje. Comecei a rir e disse pra ele que ele era engraçado, pois sempre me mandava umas três ou quatro mensagens me encorajando a não desistir. Nessa hora o Rafa abriu no facebook o perfil de um cara que ele conhece que fez redução de estômago e começou a me mostrar as fotos do cara de antes e depois. Depois me mostrou partes de um programa chamado "pound per pound", uma espécie de extreme makeover de obesos. Eu não pareço com nenhuma daquelas pessoas, estou acima do meu peso, mas eu não estou deformado daquele jeito. Eu comecei a me sentir muito mal e fiquei sério e calado, mas ele continuou a mostrar. Toquei em seu braço e o beijei, mas ele não devolveu o carinho, como sempre faz, ele continuou a falar e a me mostrar aquilo.

Há quem diga que ele fez isso para me encorajar, mas a verdade é que me senti extremamente humilhado. No carro chorei um pouco, não de raiva, não de alegria e, acho, nem de tristeza. Mas de inércia, pois para mim senti um aviso de "não estou com você porque você é gordo". E não consigo afugentar esse pensamento, ainda mais depois que uma amiga nossa em comum encontrou com ele e o Tropeço e me disse que não entende como um cara tão legal e descolado se prende a uma relação com um cara que claramente não acompanha o desenvolvimento dele. E olha que ela nem sabe da gente.

Então escuto Fagner, que me entende como ninguém na hora do sofrimento.

Espero que o Natal de todos tenha sido maravilhoso e que o ano novo nos traga muitas alegrias.

sábado, dezembro 15, 2012

um atraso de duas décadas


Para quem já leu minha história com o Guto, sabe que ele foi o primeiro em minha iniciação sexual, quando éramos pivetes ainda. Então o título está fazendo justiça ao atraso de duas décadas do encerramento de minha iniciação.

No sábado, após sair com o Barba Ruiva e ter passado o dia com o Rafa o Guto me ligou perguntando o que eu estava fazendo, tinha chegado à tarde em minha cidade e tinha ido resolver as coisas da luta em que veio participar. Disse que estava indo pra casa e ele me convidou pra comer algo. Cheguei no hotel em que ele estava, me apresentou três alunos (todos meninos dos seus 15 aos 18 anos, saradinhos e marrentinhos) e contou que veio trazer os meninos para uma luta e ia participar de um workshop em uma academia e ficaria até sexta (ontem). Os meninos subiram e ficamos conversando no saguão do hotel, o papo fluiu super bem, mas eu estava ansioso para ele dar alguma deixa. Lá pelas tantas ele pergunta se quero assistir a luta e respondo que iria adorar, mas não ia dar pelo horário. Marcamos de nos ver no domingo por volta das 16h.

Confesso que sonhei a noite com ele, aquele corpo marrento, sem ser definido, aquele homem grande (Guto tem por volta de 1,90 ou mais), a cabeça raspada, as lembranças de pivete em como ele não me deixava beijá-lo e queria curtir apenas o gozo. Acordei cedo no domingo, achei até lindo o Rafa me ligar pra sair, mas como tinha marcado com o Guto, saí de tempo pois queria ver até onde ia esse reencontro.

As 16h eu estava no hotel, liguei e ele não atendeu. Pedi na recepção para chamá-lo e a atendente mandou eu subir. Guto abriu a porta enrolado em uma toalha e todo molhado e pediu para eu esperar, o quarto estava bagunçado, mas pude notar que ali só dormira uma pessoa. Enquanto ele estava no banho, perguntei pelos alunos e ele respondeu que já foram embora, ele que ia ficar a semana. Ele terminou o banho e saiu enrolado na toalha, o torso ainda molhado. Eu sorri.

Ele olhou pra mim e perguntou do sorriso, respondi que não imaginava nunca que mais de vinte anos depois ainda teríamos contato e disse que eu saí muito às pressas do Centro-Oeste, sem ter me despedido direito das pessoas. Guto sorriu e ajeitou o pau, que me pareceu duro, por baixo da toalha. Olhei pra ele novamente e disse que me arrependia de não ter ido até o fim com ele quando pivetes. Guto deu uma gargalhada e perguntou se eu queria dar pra ele, respondi que sim.

Ele tirou a toalha e seu pau estava realmente duro e bem ereto, envergado igual um mastro. Eu me ajoelhei e comecei a chupá-lo, sentindo o cheiro do seu sexo, lambendo sua barriga. "Você aprendeu mais truques, pelo visto", eu apenas ri. Suas mãos calejadas guiavam minha cabeça no vai e vem, ele não fazia carinho nos meus cabelos e não dizia nada, apenas gemia baixinho, fazendo um bico com os lábios.

Devo ter passado uns 10 minutos chupando e Guto mandou eu parar. "Tira a calça e fica de quatro na cama", ele disse bem natural, sem estar mandando ou ríspido. Tirei o tênis e quando ia tirar as meias ele mandou que eu ficasse com elas "tira só as calças, Dramma". Obedeci, tirei as calças e calcei novamente o tênis. Ele vasculhou na mala e tirou uma camisinha, colocou no pau e pegou no meu quadril "mas que bundão...", disse balbuciando e dando alguns tapas. Não sei se foi cuspe, KY ou algum hidratante, mas ele passou algo no pau e foi encostando a cabecinha na minha bunda, pedindo pra eu relaxar. Pedi pra ele esperar, me concentrei e ele disse a frase que eu mais tenho tesão em escutar "deixa eu colocar só a cabecinha". Ele foi forçando lentamente e em pouco tempo estava bombando.

Guto alisava minhas costas, segurava minha cintura e com vigor bombava atrás de mim. Eu estava com um macho alfa no comando e comecei a requebrar e gemer um pouco. Guto estava cheio de tesão, "mandando ver" em mim. Eu estiquei um pouco os braços pra frente, inclinando a cabeça e o torso, levantando um pouco mais o quadril, Guto gozou, deu um urro de prazer e se deitou em cima de mim. Depois ele tirou o pau e ficou deitado na cama, eu encostei nele e lambi seu suvaco. Ele começou a rir e eu também.

A próxima meia hora foi de conversarmos sobre o ponto de vista de nossa história e ele me disse que desde que começamos a "brincar" ele ficou doido pra me comer e mesmo após esses anos ele dizia que lembrava com muito tesão daquela fase e que me comer hoje era a realização de uma tara pra ele.

Fiquei com ele no hotel até as 20h, mais ou menos. Saímos pra comer algo e não tocamos no assunto, na volta, quando o deixei no hotel ele me olhou e disse "dorme aqui, só temos essa semana pra tirar o atraso". Estacionei o carro e subi.

Transamos todos os dias, sem carinho, sem beijos, sem afagos ou papos. Só curtição entre dois homens.  Ontem foi o último dia dele e ele me surpreendeu com um selinho e disse que tinha sido muito bom ter me reencontrando e despertado essa vontade de ficar comigo que existia dentro dele. Nos despedimos na rodoviária e eu disse "até a próxima".

domingo, dezembro 09, 2012

pós férias.

Voltei das minhas (maravilhosas) férias, onde me diverti bastante, passeei bastante e gastei mais do que imaginei. Mas agora sou um feliz proprietário de traquitanas tecnológicas que adoro e já comecei a usar. Comprei também bastante roupas e já me sinto (bem) vestido durante o ano todo. Também comprei presentes para o Rafa, não quis dar demais, mas também não quis dar de menos. Comprei uma calça jeans, duas camisas, uma cueca samba canção (na verdade comprei duas, uma pra ele e uma pro Barba Ruiva. Sim, sou cara de pau), um perfume, um pacote de cuecas brancas de marca e um presente que só tem significado para nós dois.

Resolvi dar os presentes partidos, dando assim que cheguei, o perfume, uma das camisas e o pacote de cuecas de marca. Ele ficou super feliz, agradeceu, me abraçou, me beijou as bochechas. Experimentou a camisa e as cuecas, que ficaram ótimas. Depois ficamos conversando sentados no chão, minha cama estava abarrotada de muamba e eu pousei minha cabeça em seu colo. Ele acariciava meus cabelos e eu contava minhas férias.

Então, por um momento, enquanto ele me atualizava sobre seu trabalho eu disse "eu estava com muitas saudades", ele sorriu e respondeu que estava também, se reclinando para me beijar a cabeça. Me aninhei melhor, me sentando ao seu lado e com a mão passei por baixo de sua blusa e fiquei brincando com os pelos de seus peitos. Rafa não suspirou e nem se retesou, ele beijou meus cabelos novamente e continuamos a conversar. Nos atualizamos dessas duas semanas em que não nos falamos, planos e tudo o mais que em apenas 14 dias pareceu que nossa vida mudou. Fui deixá-lo em casa e pousei a mão em sua perna, que apertei. Ela reclamou que engordou cinco quilos, mas que suas pernas afinaram, eu ri. Chegando em sua casa, nos abraçamos e balbuciei baixinho no seu ouvido "você ta muito gostoso", ele riu e perguntou se podíamos nos encontrar na semana, eu disse que sim.

No outro dia marquei de sair com o Barba Ruiva (sim, sou cara de pau e estou atirando para todos os lados), fomos a um café e fechei com ele o treinamento físico que vou fazer. Lhe entreguei o pacote com a samba canção, que ele prontamente abriu e agradeceu dizendo que ficou linda. Mais tarde ele me procurou pelo inbox e perguntei se ele tinha experimentado e se tinha servido, ele disse que sim. "Eu tenho o olho bom mesmo, merecia ver o material como ficou", ele limitou-se a um "não pode", insisti e acho que me ferrei, pois ele não me falou mais até ontem, quando defendeu sua dissertação e me mandou um whastup agradecendo por tudo.

Não pude ver o Rafa na semana, sai tarde todos os dias do trabalho e o calor anda de matar qualquer um. Combinamos dele vir sábado aqui em casa, ele veio, saímos pra resolver umas coisas, almoçamos juntos e retornarmos para casa. Eu o abracei e ele me abraçou de volta, pedi pra ele deitar na cama e deitei ao aldo dele, fazendo carinho no seu peito, ficamos uns quinze minutos deitados abraçadinhos. Perguntei se ele queria uma massagem e ele disse que sim e tirou a blusa, fiz uma massagem bem gostosa nas suas costas e depois fiquei abraçadinho com ele por mais tempo. Notei que seus mamilos estavam duros e que seu pau pulsava na bermuda, mas não tomei a iniciativa. Deu a hora dele ir e fui deixá-lo em casa. Amo muito estar com ele, amo muito essa fase em que não tenho sexo com ele, mas sinto que estou construindo alguma coisa juntos, talvez dando a oportunidade dele não achar que pode botar tudo a perder por ter apenas o lado sexual do relacionamento.

Bem, hoje é domingo. Saí ontem com o Guto e vou sair hoje de novo. Prometo um post longo e D-E-T-A-L-H-A-D-O.

Estava com saudades da Blogsfera.

terça-feira, novembro 06, 2012

a volta de Guto

Pra quem não lembra do Guto (é só clicar no nome pra conhecer) reapareceu hoje na minha vida. Ele me mandou mensagem inbox no face perguntando se eu ainda estava morando na mesma capital e respondi que sim. "Que jóia cara, mês que vem vou aí para uma luta, podíamos nos reencontrar". Ele enviou de resposta.

"Sim, podemos, vai ser ótimo. Como anda a vida?" - perguntei. Enquanto ele não respondia fui fuçar suas fotos de lutador de jiu-jitsu, com seu corpo sarado, sua cara marrenta e meu tesão sempre crescente nele, que mesmo não penetrando, foi meu primeiro homem e meu professor de punheta e boquete. Foi com ele que gostei de porra e de um homem com pegada cheio de atitude. Sim, éramos crianças, mas eu gostava de estar com ele. Tinha muito medo, mas gostava muito do jeito dele de macho comigo.

"Dramma, me separei, tô solteiro e trabalhando muito, vai ser bom reencontrar um amigo." Pensei nele dizendo que estava separado e, confesso, fiquei feliz. Perguntei o que aconteceu e ele foi muito sincero em dizer que depois que teve o segundo filho o tesão da mulher esfriou e ele acabou procurando "comida" fora, ela descobriu e a merda toda foi feita. Perguntei se ele tava arrependido e ele me disse que não, que nunca se arrependeu de nada na vida e a única tristeza que sente é de não conviver com os filhos na mesma casa. Me disse que vai ficar cinco dias por aqui, agora em dezembro.

"Cinco dias é ótimo, vai dar pra gente se ver bastante sim".

"Ótimo, me dá seu telefone, vou gostar muito de relembrarmos os velhos tempos".

Espero muito relembrar os velhos tempos e, mais ainda, deixar ele fazer o que não deixei quando crianças, dele me colocar de quatro, no ato e me encher de amor.

domingo, novembro 04, 2012

ciúmes do Rafa

E não sou eu sentindo ciúmes dele, mas ele de mim. Há algumas semanas ele veio com dois amigos do trabalho para verem uns jogos de PS3 que eu estava vendendo, um dos garotos, que eu não conhecia, me chamou a atenção e confesso que senti muito tesão nele. Não é um menino bonito, mas tinha os braços torneados que estavam à mostra na camiseta. Logo depois que vieram à minha casa esse menino, que vou chamar de Robson, me adicionou no Facebook.

Na época não me apercebi da demonstração de ciúme do Rafa, que me disse que o Robson era muito "folgado", por mal ter me conhecido e já ter me adicionado no facebook. Lembro que eu minimizei dizendo que era besteira, que eu tinha gostado do menino, que me parecia gente boa. Lembro bem que falei que pelo que ele me dizia eu achava que o menino era mais feio que um dia de fome, mas tinha achado ele bonitinho. Não lembro se o Rafa respondeu algo.

O negócio é que sexta-feira, quando sai com o Rafa ele me comentou que o Robson pediu meu telefone e que ele não deu. Perguntei o porque e ele me respondeu "Vê se tem cabimento, Dramma. Você é muito ocupado e ele vai ficar com os papos bestas dele. Ele queria saber se você recebeu mais jogos". Nessa hora a ficha caiu e respondi que estava de férias, de bobeira total, que ele podia dar o meu telefone, era bom que tinha companhia pra jogar. Ele apenas reclamou que o cara falava besteira demais. Eu, que não sou bobo, entrei ontem no face e mandei inbox pro Robson, dizendo que soube que ele tinha pedido meu telefone e dando o numero.

Hoje Robson me respondeu, agradecendo o número e perguntou se eu tinha novos jogos, eu disse que tinha um novo e se ele quisesse vir jogar era só combinar. Ele respondeu imediatamente se poderia vir na segunda e na terça, eu respondi que o dia que ele quisesse, bastava combinar antes. Robson agradeceu e depois me perguntou se eu tinha algum jogo novo pra vender, e respondi "dependo dos agrados". Ele respondeu com uma risada e disse que vinha na terça-feira.

Não sei se ele vai dizer pro Rafa (espero que não, pra ele saber só depois), mas quero o menino aqui, se for pra rolar alguma coisa, VOU DEIXAR ROLAR. Tenho tesão no cara, que mal tem, não é?

terça-feira, outubro 30, 2012

p.s.: voltei.

Fim de uma jornada. Muito feliz com todos os resultados alcançados e sabendo que meu destino profissional agora é escolha e não mais sorte. Estou me preparando pras minhas merecidas férias, que não vão ser as que sonhei, mas vão ser as que poderei ter. Me planejei pra fazer uma viagem sexual, com muita depravação no exterior e minha mãe cismou em ir comigo, só soube da notícia quando ela ja estava com o bilhete em mãos. MIOU! Mas por um lado tem uma coisa boa, é a primeira vez que viajamos juntos para fora do país e vai ser legal apresentá-la à esse mundo novo.

Tenho pensado muito no Rafa, mas com tranquilidade. E tenho estado muito tranquilo, pois tomei coragem e conversei com meu amigo cardiologista, lá da terra da garoa, ele me aconselhou muito e relatou como foi todo o início da vida dele. Fiquei muito feliz em partilhar esse segredo e dele me desvendar alguns mistérios.

Estou com uma gripe forte e de molho, mas estou de volta.

quarta-feira, outubro 17, 2012

você tem medo de que?

Ontem reencontrei com o Rafa depois de uns quarenta dias. Ou mais. Acho que a última vez que nos vimos foi em meados de agosto para setembro. Não vou dizer que não senti falta, pois é mentira, mas a "política" que adotei de deixar que ele me procurasse sempre será válida. Nos falamos quase todos os dias durante esse tempo e, em todos os casos, foi ele que ligou. Pra tirar dúvidas, pedir dicas, falar ameninades... mas sempre foi ele que ligou.

Então nos vimos ontem, um amigo de fora está na cidade e nos chamou pra sair. Embora minha rotina esteja muito atribulada (ênfase no muito), consegui sair relativamente cedo (por volta das 21h) e ir me encontrar com eles. O Rafa chegou um pouco depois de mim e ficamos, o quarteto, a conversar sobre filmes, viagens e nossos hobbys. Saímos por volta das 23h30, deixei meus amigos no hotel e fui deixar o Rafa em casa. Senti vontade de pedir para ele dormir na minha casa, estava cansado, com muito sono, e o efeito das quatro cervejas que tomei me fizeram relaxar, intensificando o sono. Mas não pedi e nem ele pediu para eu deixá-lo em casa, mas fui mesmo assim.

Continuamos a conversar sobre trabalho, ele a reclamar do dele e, embora eu ande bastante cansado implorando pelas minhas férias dia 01/11 (faltam poucos dias!!), me sinto realizado profissionalmente. Cheguei à porta da sua casa, ele tirou o cinto e envergou o braço direito para o meu lado, me envolvendo em um grande abraço apertado. "Sabe Dramma, eu fico preocupado com você nesse trabalho", ainda abraçados cochichei em seu ouvido perguntando o porque. "Tenho medo de você ter um infarto e morrer, é muito stress".

Dei um longo suspiro, me desbaratei daquele abraço e pousei a mão direita em sua nuca. "Nenhum amigo meu tem medo que eu infarte e vá morrer por conta de stress. Nem minha mãe, Rafa, tem esse medo". Ele olhou pra mim e continuou "Mas eu tenho, tenho medo de perder você".

"Muitas vezes nós perdemos as pessoas ainda vivas. Não posso ensiná-lo a viver sua vida, mas preste atenção nas palavras que você me diz, preste atenção no que você sente. A vida é muito curta para perder tempo". Ele riu, me deu um abraço, beijou carinhosamente minha bochecha e concluiu "a gente podia se ver sábado?" - balbuciei um talvez - "Me liga pra gente fazer alguma coisa".

"Se der eu ligo".

sábado, outubro 13, 2012

sexo no sec XXI

Quem aqui é usuário de Iphone e de Android e baixou o Grindr? Eu digo: baixei. Me arrependi. Apaguei. Baixei de novo.

Quando eu vi que havia um aplicativo (muito legal o conceito), de que mostra perfis de gays, bissexuais e curiosos que estão próximos de você, achei o máximo. Baixei, não botei foto e fiquei olhando, era bem legal ver pessoas que estavam próximos a mim e procuravam a mesma coisa: amizade, sexo, relacionamentos, papo.

Me chamou a atenção o velho perfil de caras sarados sem aparecer o rosto. Fiz um descritivo caprichado "gordinho, bissexual, curioso, procuro amizade colorida e quem sabe algo mais. Vamos papear". Puxei papo com três perfis que me interessaram, UM respondeu. E quando respondeu foi "você tem foto?". Porra, eu não pedi foto, eu queria bater papo. Me senti nos tempos do mirc, onde ficava no #gayminhacidade teclando atrás de aventuras e lá conheci o Gilberto. É um culto exarcebado ao corpo e ao sexo fulgás (ok, as vezes também procuro isso). Então comecei a teclar com um cara, não aparecia foto do rosto, tinha um corpo bonito e conversamos bastante. Ele me pareceu bem legal e me mandou foto de rosto. Gelei. Era um dos meus fornecedores. Me pediu foto. Calei. Ponderei. Quis mandar. Deletei o aplicativo.

Antes que venham me crucificar eu pensei muito se devia me mostrar, pois sei a importância que ele tem na empresa que trabalha e fiquei temeroso com o relacionamento de amizade e parceria que tenho com os chefes dele. Senti muita vontade, juro. Mas deletei.

Duas semanas depois resolvi ativar o aplicativo, não lembro de ter visto nenhuma "propaganda" dele em blogs, mas me pareceu ter  muito mais gente. E lá estavam um amigo da faculdade, o irmão caçula do marido da minha prima, o primo do meu vizinho e um amigo do meu primo. TODOS mostrando a foto, dando a cara a  tapa. Mudei o descritivo "quero conhecer pessoas, bater papo, se relacionar", coloquei foto de uma paisagem bonita. Todas as pessoas que vêem falar comigo pedem foto de rosto, do pau, da bunda, do caralho a quatro, mas quando eu falo "vamos bater papo antes?", somem.

TRISTE.

Deleto de novo?

quinta-feira, outubro 11, 2012

habibi

Meus últimos dois dias, ou melhor, noites foram dedicados à ler a graphic novel Habibi, de Craig Thompson. Uma linda história de amor, amizade, descobertas, sexualidade e sobrevivência, narrada como mil e uma noites e com bastante referências ao Corão.

Não quero falar mais porque estragaria a leitura, mas a história de Dodola e Zam me comoveu. Hoje, sou uma pessoa mais feliz por ter lido essa Graphic Novel, que inclusive está em promoção na Saraiva.

Um drama atual e comovente.

domingo, setembro 23, 2012

cara ou coroa

Uma vez comentei aqui a paquera de um coroa super exuto que meu deu uma paquera muito estranha. Comecei a pesquisar a vida do cara, por se tratar de uma pessoa um pouco pública na minha cidade, encontrei muitas facilidades e algumas dificuldades. Ouvi muita coisa, inclusive de que ele ja foi michê.

O negócio é que essa semana ele foi de novo ao meu trabalho pedir um favor e deu em cima de minha assistente, um rapaz que presta serviço me disse que ele investe pesado na moça, que fica tensa e não gosta. Eu saí da sala e fui ao banheiro, na volta ele me para em frente à minha porta pra conversar comigo, fica com aquele papo de macho, me chamando de "Drammazão" e eu fico todo mexido e resolvi encará-lo. Ele ficou bem próximo do meu rosto, me olhando no olho e me pediu o favor que queria. Eu disse que era possível sim fazer e que iria resolver ainda no mesmo dia. Ainda fitando-o no olho perguntei como ele estava.

"Drammazão, eu tô, como diz o ditado, mais apertado que virilha de gordo". Eu olhei pra ele e retruquei se ele estava se sentindo como minha virilha. Ele riu, pegou no meu ombro e perguntou "ela é apertada?". E eu respondi que sim. "Eu posso te ligar?", perguntou me olhando no olho. "Você tem meu telefone, fique a vontade". E tô esperando...

terça-feira, setembro 18, 2012

coisas que só o coração pode entender

Depois do fora que levei do Rafa, parei de ligar pra ele, mas continuei atendendo suas ligações e sempre lidei de forma natural, dentro do possível, com a situação. Parei de cobrar a presença dele e muito menos combinava algo para incluí-lo. Nos falamos várias vezes, em sua maioria das vezes ele queria me questionar sobre uns projetos dele em que acabo fazendo uma consultoria, dando minha opinião profissional. Ele me ligou todas as vezes, quando liguei foi apenas retornando a ligação.

Neste sábado ele me ligou e perguntou o que eu ia fazer, "a mesma coisa que tenho feito nos últimos cinco sábados, ido para um samba com meus amigos". Ele perguntou que samba era, onde era e respondi. No fim perguntei se ele queria ir e ele disse que queria, mas ia depender do Tropeço, se ele fosse trabalhar. Na hora entendi o recado "vou, se puder ir sozinho". Ele não foi e eu, claro, nem liguei.

Domingo de manhã ele me liga e eu estava resolvendo uma pendência do trabalho e pergunta se podia ir na minha casa, consenti e ele perguntou o horário, respondi que pela tarde. Antigamente eu ficava em casa, jiboiando, esperando ele me ligar e aparecer. Já cheguei a relatar aqui as inúmeras vezes que fiquei chateado com a falta de pontualidade nos compromissos dele. E juro que toquei meu domingo de boa, trabalhei, almocei com uns amigos, vi meu afilhado, sai com o Rapaz da Livraria (que estou pensando em rebatizá-lo de Ruivo-Loiro. O que acham?) e nem pensei que ele tinha dito se ia ou não na minha casa. Final do domingo, a música mais propícia pra suicídio tocando (a abertura do Fantástico), o Rafa me liga ja se desculpando dizendo que não veio porque o Tropeço ficou na casa dele até aquela hora e tal e eu, na inocência disse "e tu vinha aqui?". Nessa hora ele ficou calado e disse que tinha combinado comigo no sábado e eu ainda inocente so disse "Ah, foi", como se tivesse relembrando. Então o Rafa disse que viria na segunda-feira, coisa que achei estranho, pois ele nunca vem na semana. Primeiro porque eu saio do trabalho tarde, segundo porque ele não tem carro e tem que contar com minha carona ou busão. E tarde da noite ele não vai pegar busão.

Segunda-feira estou uma pilhe de stress no trabalho, tinha um coordenador chato pra caralho me pedindo coisas pra fazer, mas a parte dele ficava enrolando pra entregar e eu só ameaçando com os prazos. Cinco da tarde o Rafa liga perguntando que horas eu vou pra casa e eu super de boa disse que achava que umas 19h, pois o meu trabalho tava fluindo. Ele diz que o Tropeço ia pra casa dele, depois pra faculdade (veneno escorrendo: é a terceira faculdade que o Tropeço faz e não termina porque sempre desiste do curso) e podia dar uma carona pra ele. Eu pensei, mas disse que na hora que eu fosse sair eu ligava. Quando foi 19h30, tava todo feliz com meus trabalhinhos todos organizados e andando, me preparando pra ir pra casa, liguei pro Rafa que deu a entender que ia de ônibus (mas não ia pegar carona com o motorista da Família Addams?) quando o outro coordenador chega na minha sala querendo ver o material dele. Nessa hora eu respirei fundo, busquei paciência onde não tinha e lembrei que o cara já era idoso (72 anos) e o filho dele era um cara muito legal que sempre foi muito bacana comigo no meu emprego anterior. Sentei e fui mostrar pra ele tim tim por tim tim, fazendo os ajustes que ele queria, fui me liebrar depois de uma hora, morrendo de medo que o Rafa ja tivesse chegado onde eu ia encontrá-lo. Parece até que foi combinado, na hora que estacionei o carro ele desceu do busão e fui comer um temaki pois estava morrendo de fome.

Comemos o temaki, tomamos uma cerveja (eu merecia, o dia foi punk) e eu CRENTE que ele ia se despedir e voltar pra parada disse que queria ir na minha casa. Pois bem, fomos, ele mexeu na minha coleção, ficou falando do blu-ray dos Vingadores que comprei, perguntou se podia combinar de vir assistir e eu só sendo gente boa, amigo mesmo. Foi aí que ele me falou que tinha visto uma peça em que ele ficou encantado e tinha comprado e esperava chegar pelo ebay, mas que tinha que ir atrás do par da peça, que ele não tinha achado. Ele não sabia, mas eu tinha essa peça em casa, guardada, esperando uma boa oportunidade de venda. Abri o armário, tirei uma caixa branca e entreguei "pronto, agora você não precisa mais ir atrás". Ele abriu, quando viu o que era parecia menino. Pulou, me abraçou, me beijou as buchechas. Eu fiquei sentadinho na minha cadeira olhando pra ele, foi quando ele me surpreendeu e me abraçou de novo e beijou meu pescoço e agradeceu mais uma vez.

Rafa sentou em minha cama, pegou um gibi antigo que eu havia comprado e a folheou, página por página de suas 260 páginas, conversando e elogiando a arte e conversamos sobre as histórias. Eu falei que não sabia se estava velho ou saudosista demais, mas hoje em dia as histórias estavam mais preocupadas com a parte gráfica do que com a qualidade do roteiro e evolução dos personagens. Ele terminou e perguntou se eu podia deixá-lo em casa, já eram meia noite. Eu já havia bocejado várias vezes e perguntei se ele não queria dormir na minha casa, que o deixava pela manhã bem cedo. "Eu até dormiria, mas deixei a porta do quintal sem a tranca". Fiz sinal de que tudo bem e fui deixá-lo em casa.

Na porta da casa dele ele me abraçou novamente, beijou meu pescoço e agradeceu de novo pelo presente. Eu apenas ri e o abracei, não devolvi o beijo. Antes de fazer menção de sair me abraçou novamente, me beijou no pescoço e disse pra nos vermos mais vezes. "Claro", respondi.

No caminho de casa, eu estava quase chegando no portão, ele manda uma sms MORTODIFELIZ com o presente, dizendo que realmente não esperava ganhar aquilo e que eu o tinha feito muito feliz, pois havia dado algo que ele queria muito, que lembrava a infância dele e que era muito especial por isso, e porque eu tinha dado. Não respondi. Pela manhã ele manda outra sms dizendo que acordou e olhou pra peça novamente e escreveu "meu dia ta mais lindo quando acordei e vi o presente, obrigado irmão". Antes que alguém diga que irmão é queimação de filme, eu já adianto que a gente sempre se tratou assim. Não respondi novamente, tomei banho, café e fui pro trabalho, chegando lá comecei a resolver meus pepinos e descascar os abacaxis quando resolvi responder eram quase 11 da manhã e coloquei somente "de nada, Rafa".

Taí, eu achei que ia rolar, mas não quis tomar nenhuma iniciativa. Vamos ver como ele se comporta, eu estou na pista.

domingo, setembro 16, 2012

o rapaz da livraria III

Pra quem não lembra do rapaz da livraria, vou tecer breves comentários. O conheci quando trabalhava em uma livraria, foi a primeira vez que me joguei (e estatelei a cara) pra um cara e com o passar dos anos nos tornamos amigos. Ele, formado em Ed. Física ja foi até meu personal numa das minhas várias tentativas de colocar exercício na minha vida. Com o tempo estreitamos esse laço, mas somente nas redes sociais. Hoje ele me mandou inbox no facebook me fazendo uma pergunta simples e desencadeamos em um bom papo. Ele finalizou perguntando se não queria tomar um café no shopping, que eu, claro, topei. Tomei banho, coloquei meu melhor perfume e fui me encontrar com ele.

Eu estava na livraria, onde ironicamente nos conhecemos, quando ele chegou com sua camiseta justa, calça jeans, boné vermelho e sua barba arruivada. Eu piro na barba e peitoral dele com pelos castanhos, dourados e arruivados, o único defeito que ele tem, pra mim, é ter os mamilos pequenos. Mas enfim, voltando ao nosso encontro, ele chegou na livraria e falou comigo. Me deu um abraço gostoso, sem ser daqueles de batidinha no ombro. O lado ruim foi que ele disse que tinha encontrado com dois amigos, se eu me incomodava de tomar café juntos e eu disse que não. Mas queria dizer sim, fico pouco a vontade e desconcertado, porque eu não tenho muita afinidade com o rapaz da livraria.

Com os papos percebi que os dois amigos eram um casal e foi muito bacana o papo entre nós quatro. Modéstia à parte eu consigo engatar um papo até com os mais tímidos, acho que minha profissão me dá um pouquinho de cada coisa e nunca fico sem papo, independente da área de trabalho que a roda tenha.

Terminamos nosso café e o acompanhei até o banco para fazer uns pagamentos e conversamos amenidades. Depois ele perguntou se eu ia fazer alguma coisa e respondi "Não, vim mesmo só pra ver você". Ele riu e disse que gostou de me ver também. Disse para marcarmos mais coisas, nos vermos mais e perguntei se ele estava namorando e ele disse que não estava. Eu sorri. Nos despedimos e nos abraçamos, com o mesmo abraço gostoso que ele me deu, só que dessa vez cheirei perto de sua orelha. Nos olhamos e nos despedimos. Pensei em mandar SMS, mas vou fazer isso amanhã ou depois, deixa ver se o peixão fisgou a linha.

quarta-feira, setembro 12, 2012

à caça

Tem o ditado que "Quando Deus fecha uma porta abre uma janela". Depois da conversa com o Rafa, mesmo me sentindo tranquilo e em paz eu estou triste, é claro. Já nos encontramos essa semana e digo de coração que me senti bem, claro que quis beijá-lo e tocá-lo, mas não me senti mal, humilhado e nem nada. No final ele me deu um abraço, que recuei, mas acabei abraçando-o. Ele me beijou no rosto, mas eu não retribui, meu beijo saiu estalado ao vento.

Minha rotina de trabalho está tão corrida (e louca) que realmente não tenho tempo para ficar pensando muito nisso e nem em novos caras. Não tô dando conta nem direito da minha vida pessoal, Deus abençoe os amigos maravilhosos que eu tenho, que cuidam de mim. Tenho recebido visitas quando trabalho até mais tarde, combinam saídas pela minha agenda e vão lanchar e jantar próximo do meu trabalho para eu poder dar uma escapulida e colocar o papo em dia. Já disse que me sinto muito culpado por não dividir esse outro "lado" da minha vida, mas uma coisa de cada vez e tenho, de verdade, tentado e buscado um meio pra dizer. Se eu tivesse com o Rafa, ou qualquer outro que eu me sentisse feliz, seria mais fácil, mas assim, se assumir sozinho me falta coragem.

Enfim, só queria dizer que hoje, meu Caçador veio falar comigo no msn, perguntar como eu estava e que estava com saudades de mim. Eu sabia que ele estava namorando com uma menina de outro estado e perguntei como tava o namoro e ele me respondeu que estava solteiro. Demonstrei um pouco de tristeza e perguntei se não tinha dado certo por causa da ponte aérea. "Nada, foi por diferença de objetivos", e riu. Eu coloquei um smile e ele completou "vamos nos ver, tô com muita saudade de você".

Um amiga minha, mas também amiga antiga do Caçador já veio conversar comigo sobre ele. Do quanto nada que ele faz vai pra frente, como só se relaciona com menina "inferior" a ele (explico o inferior: meninas bem mais novas, que estão em cursinho, não trabalham, etc.) e de que quando aparece uma menina legal ele sempre consegue estragar tudo. Falou da amizade que ele tem com um amigo deles, que todo mundo diz ser homossexual e que ele possui quase uma devoção pelo cara. Ela acha que eles ja ficaram, mas hoje são só amigos. Lembro de uma viagem que fizemos uns quinze anos atrás e ela me disse isso, que eles tinham algo. Hoje ela lembrou dessa viagem, desse comentário e me disse "eu acho que quem "ensinou" as coisas à ele foi o David (amigo deles)".

Então eu me pergunto que coincidência foi essa ele aparecer. Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar.

domingo, setembro 09, 2012

chupa o dedo

Ontem encontrei com uma pessoa que nunca pensei em encontrar, se fosse em outra época o meu alarme da nóia estaria tocando, mas o fato é que eu sou PÉSSIMO fisionomista e pra decorar nomes. Já era bem a terceira vez que eu atendia o Victor, um fornecedor que tenho produzido alguns materiais com ele. Ele deve ter dois anos a menos que eu, muito simpático, baixinho e bonitinho. Não tem um corpo dos deuses, mas tem um sorriso bonito e gosto do jeito dele educado.

Toda vez que o Victor vai à minha sala sempre tem gente, de minha parte eu nunca tentaria nada pois já falei e repito aqui, meu lema é: "onde se come o pão, não se come a carne". Ontem, por volta de 16h eu estava sozinho na sala quando a recepcionista anunciou que ele estava e mandei entrar. Ele me apresentou os orçamentos que havia pedido e ficou me olhando, eu super sem jeito ri e ele riu também. Foi aí que veio a bomba "você não está me reconhecendo, né?", e eu super errado, morrendo de vergonha tentei sair pela tangente e disse que sim, era o Victor, da empresa tal. "Não de agora, Dramma. De antes". Gelei um pouco, no meu íntimo eu ja sabia que devia ser alguma escapada sexual na calada da noite. "Ai Victor, me diga logo... estudei com você?" - perguntei, rezando pra que fosse de colégio ou cursinho.

"Não, não estudou, mas me ensinou algumas coisas". Pronto, se antes eu estava gelado, agora eu devia ser um grande iceberg de tensão. Victor olhou para trás, vendo se ninguém abria a porta e disse "eu tinha 18 anos, tinha acabado de completar. A gente bateu papo no mirc, no canal #gaybrasil, e acho que morávamos perto. Você me pegou de carro, lembro bem um gol branco quadrado. Eu estava com medo, mas você era muito falante, mas mesmo assim não fiquei tranquilo". Sim, eu disse, eu lembro. "Você me beijou, mordeu minha orelha, pegou no meu pau e eu não deixei você chupar ou bater uma punheta. Você chupou meu dedo".

Eu ri e disse que lembrava e que diante das investidas e recusas dele o deixei em casa. Ele disse que era muito novo e era a primeira vez que saia com um cara. Perguntei como ele estava hoje e olhei pra sua aliança, ele disse que havia casado, e fez questão de frisar que era com uma moça, e tinha um filho de dois anos. Eu olhei pra ele e perguntei o porque ele queria saber se eu lembrava. "Por nada" - respondeu com um sorriso no rosto - "só queria saber se você lembrava, eu nunca esqueci aquela chupada no dedo...".

Eu ri e disse "é, chupada é o meu forte". Nos despedimos, guardei os orçamentos e ele saiu pela porta, tão rápido quanto entrou.

sábado, setembro 08, 2012

haja coragem.

Vocês sabem que não enviei a carta, mas acreditem, eu falei ,olhando no olho, o conteúdo dela. Não disse o adeus, mas simplesmente porque não senti necessidade dessa ruptura.

Rafa veio aqui em minha casa, usava uma camisa que tenho muito tesão nele com ela. Conversamos um pouco, mostrei o material novo que chegou e ele queria comprar e entreguei. Ele ficou olhando para uns gibis novos meus e quando os fechou eu bati a mão na cama e disse "senta aqui, vamos conversar".  Ele sentou-se e eu aproximei a cadeira da quina da cama, nos deixando bem próximos.

Rafa fitou o olhar no meu e pedi para sermos francos, que aliás, a franqueza era o único alicerce que poderia salvar nossa amizade. Eu disse que sentia que ele fugia as vezes de mim, mas que devia dizer não ao invés de cumprir promessas que ele não queria cumprir por medo. Ele me disse que realmente ficava muito tenso pois sempre tinha medo do que eu ia fazer e de que iria me magoar.

Então eu falei tudo aquilo que estava na carta, de que eu não tinha ciúmes, inveja ou egoísmo em relação a ele. Que a minha chateação era combinar algo com ele e ele não cumprir e fui falando, de forma tão bonita quanto à escrita, e me surpreendi pois eu nunca consigo falar tão bonito quanto escrevo. Eu ficava falando e ele me olhando, eu retornava o olhar no fundo dos olhos dele. Víamos sinceridade na fala um do outro. Infelizmente ele veio com o velho discurso de que GOSTAVA muito do Tropeço, que me AMAVA acima de tudo, da amizade, do relacionamento e até mesmo da família (eu juro que não consigo colocar na minha cabeça como alguém fala gostar pro namorado, mas enfim...). Então, sem precisar tomar coragem eu olhei pra ele e perguntei se ele não queria colorir nossa amizade. Rafa encheu os olhos d'água e me disse que não, que queria fazer dar certo com o Tropeço.

Não pressionei mais, nos abraçamos e ficamos assim um tempo. Eu balbuciei em seu ouvido que o único medo que eu tinha era de perdê-lo, "eu também, tenho muito medo de não ver mais você. Não me arrependo de nada do que aconteceu entre nós", ele respondeu. Dei uma carona pra ele e fui encontrar com meus amigos. Cheguei cedo em casa, olhei na internet e peguei o telefone do outro garoto de programa que foi minha primeira escolha, mas não tinha dado certo: Hércules.

Tomei banho e fui me encontrar com ele, nos cumprimentamos e fomos para o motel. Realmente o corpo dele era MUITO incrível (vide foto, fui eu que bati). Foi uma noite legal pra curar minha dor de cotovelo, mas se for contratar de novo prefiro o Juan. Hércules é tão profissional, que acabou o rala e rola se vestiu e disse que o programa tinha concluído, e eu morto de vontade de me perder nesse tórax dos deuses.

Quanto ao Rafa, prefiro encerrar com o Gozanguinha "Como será o amanhã? Responda quem puder...".

quarta-feira, setembro 05, 2012

a carta que não enviei.

Faltou coragem, admito. Mas ando criando a coragem como um bichinho, alimentando-a para que cresça forte e saudável.


Oi Rafa,

Embora não seja fácil, eu escolhi essa forma para conversar com você. Estou aqui para me despedir. 

Acho que não devo mais ver você, falar com você ou encontrar você, por mais que isso signifique sofrer ou ficar com o coração em frangalhos como estou agora. Não sei por quanto tempo vou ficar assim, pois o que aconteceu entre nós nunca havia acontecido antes. Com ninguém. Eu realmente achava que estava vivendo um sonho naquela madrugada de dezessete de dezembro quando nos beijamos pela primeira vez, depois daquele e de todos os encontros em que ficamos juntos eu achava que, embora difícil, ficaríamos juntos, pois havia tanta coisa a favor de nossa história que nem me passava pela cabeça não a vivermos. 

Que tolo pensar assim, pois eu sei o motivo. Deve ser muito difícil amar um monstro, sei que minha forma física é fator decisivo para você escolher não me dar essa chance. E olha que eu não estava pedindo exclusividade, muito menos que você abandonasse tudo o que construiu com outra pessoa pra ficar comigo. Eu queria liberdade. E só queria liberdade porque me sinto incrivelmente a vontade com você, tão meu amigo, tão meu irmão, partilhei dos meus mais secretos segredos, minhas frustrações, minha felicidade, minhas conquistas, meus medos e inseguranças porque eu sabia que tinha você. Que eu tenho você. Essa é uma despedida, mas não vou apagá-lo de minha história. Você é a representação da forma de amor mais puro que senti. Sinto não poder fazer você se sentir dessa forma também. Com isso estou lhe oferecendo a chance que me foi negada, estou lhe dando liberdade. Você não precisará mais ficar preocupado com cada encontro comigo, se eu vou tentar lhe beijar ou ficar com você.

É tempo de eu parar de sonhar que você estará ao meu lado. Que eu o veria me acompanhar e me dar a mão nos momentos mais difíceis e com seu abraço curar minhas dores. Que quando eu tivesse uma boa notícia, você seria a pessoa que eu mais queria ligar pra contar. Mas não posso deixar de pensar "Que dupla fantástica nós seríamos!". No dia em que você mais me magoou, quando me acusou levianamente de mandar mensagem via internet pro seu namorado eu achava que nunca mais seria capaz de lhe olhar. Eu me perguntava como você poderia me acusar daquilo, não por ter estado comigo o tempo todo, mas por achar que eu fosse capaz de querer lhe ver infeliz. Aquilo me quebrou de um jeito em que eu não saberia como iria colar e veja só, hoje, apesar dessa história me entristecer, eu não guardo nenhuma mágoa de você. Eu não consigo imaginar você sem ser com alegria, amor e amizade. E por isso eu decidi me despedir de você, para você ser feliz.

Sei que você vai querer dizer muitas coisas pra mim, mas por favor não faça. A minha dor já é grande o bastante para ouvir palavras vazias, que não vão me confortar. Eu não quero mais ouvir você dizer o cara fantástico que acha que sou. Não preciso dessa massagem no ego, por favor. Você não sabe quantas tentativas com outros caras eu tive depois de você para saber se era o que eu realmente queria e cada encontro me fez sentir sujo, louco e onde eu me perguntava, muitas vezes me lavando embaixo do chuveiro, como eu poderia estar fazendo aquilo. Porque eu não sentia o que senti com você. Quantas garotas eu tive também e eu me sentia cada vez mais vazio. Eu havia encontrado o que me fazia feliz, pena que quem me fazia feliz não via em mim esse retorno de felicidade.

Eu só lembro que você dizia que iríamos estragar nossa amizade. Olha só, eu nunca consegui ver isso (nem agora) que nossa amizade seria estragada. Ela está, para mim, estática e intocada no espaço tempo. Um sopro morno que aquece meu coração, pois é sua as minhas mais queridas memórias. Saiba que, apesar de tudo, você me fez sentir amado. Sentir como eu nunca me senti na vida e que eu imaginei que nunca seria. Amado como nos contos de fada, onde o amor é desprovido de ciúme, inveja, egoísmo ou medo. Não tenho ciúmes de você, nem inveja, egoísmo e nem medo. Meu sentimento por você me traz serenidade e conforto, nada mais. A única coisa que me arrependo em nossa história foi ter lhe feito chorar tantas vezes de remorso. As suas lágrimas não eram pra/por mim, mas eu sabia que eu era a causa delas. Me desculpe se o fiz sofrer, inebriado por meu sentimento.

Só tem um desabafo que eu sinto vontade de fazer. No dia que você, com lágrimas nos olhos, disse que me amava e que não podia ficar comigo porque seria incapaz de fazer comigo o que você fez com os outros, eu perguntei o que era e você disse "trair". Rafa, eu não tenho medo disso. Cada um se dá em uma relação da forma que é. Eu engoliria todo o meu orgulho, mas enquanto você escolhesse estar comigo, eu não me importaria se você estivesse com outro alguém. Eu me sentiria mais livre para poder decidir ser só teu ou não e a minha escolha não acarretaria que a sua devesse ser igual a minha. Lhe amo muito, por isso o quero livre.

Obrigado por todos esses anos. Obrigado por ser o amigo tão especial que és. Obrigado por ter sido meu irmão em vários momentos. Obrigado por ter sido meu parceiro em várias loucuras que idealizei. Obrigado por ter sido meu mais querido e sincero amor que já tive. Obrigado, de coração, por todos os momentos. Mas eu quero que sejas feliz, eu fazendo parte ou não da sua vida.

Adeus, meu querido. Nunca esquecerei você. Non... je ne regrette rien.

beijos
Dramma

quarta-feira, agosto 22, 2012

minha garota

Quem me acompanha já tem algum tempo sabe que sou bissexual e sempre digo que me apaixono por pessoas. Embora esse blog tenha tratado sempre da minha "fase"em que curto mais caras, eu também curto garotas e sim, embora peitos e bundas me dêem tesão, o que me atrai e quem elas/eles são.

Minha garota (vou chamá-la assim) era uma amiga que tinha fora da minha turma, conversávamos muito, horas a fio até, relatávamos nossas frustrações, anseios e trocávamos pequenas confidências. Ela gosta de Bossa Nova, seriados e filmes de arte e eu gostava muito de conversar com ela sobre esses assuntos. Saíamos pouco, mas foi só ela conhecer meus amigos que nossas saídas passaram a ser mais frequentes, ela gostava de todos, e todos gostavam dela.

Com o tempo o pessoal começou a dizer que Minha Garota gostava de mim, e eu não acreditava. Ela era sempre muito carinhosa comigo, preocupada, dengosa e eu, confesso, fingia que não via para melhor passar. Eu sempre tive medo em conciliar minha bissexualidade, de ficar com um ou com outra ao mesmo tempo, de "não funcionar" na hora H e uma série de medos bobos.

Então um dia, com minha turma, Minha Garota foi nos encontrar em um barzinho e já chegou "alta". E disse, em tom de desabafo o quanto eu era uma fraude, pois eu fazia as pessoas se apaixonarem por mim e fingia que não percebia. Mesmo em tom de brincadeira, soltou muitas verdades para os meus amigos, que riam e nas costas balbuciavam pra mim ao longe "eu te disse". Na hora de ir embora, um amigo meu que estava de carona comigo disse que levava o carro dela até em casa, pra ela não dirigir, ela pulou no meu carro e fomos conversando. Eu brincava e dizia que era uma fraude, ela ria fazendo chacota de mim mesmo. Parei o carro em frente seu condomínio, nos olhamos e senti uma vontade louca de beijá-la. Nos beijamos por mais de cinco minutos, eu cheirava seu pescoço, mordiscava sua orelha, beijava seu colo. Minhas mãos correram por baixo de sua blusa até segurar em seus seios pequenos, mas firmes. Nessa hora meu amigo buzinou. Eu olhei pra ela, que sorria, e disse "melhor continuarmos outra hora". Ela consentiu e desceu do carro, deixei meu amigo em casa que perguntou várias vezes se eu tinha agarrado Minha Garota, e eu, lorde como sempre fui, me limitava a rir e dizer que ele estava muito curioso.

No outro dia eu estava me arrumando para o trabalho, pensando em como ligar e no que falar quando ela ligou. "Oi", respondi "cheio de desenvoltura", e ri. Ela riu e perguntou como eu estava, respondi que estava pensando nela e se ela dormiu bem. Minha Garota disse que sim, mas estava com um pouco de dor de cabeça. Nesse momento meu celular do trabalho tocou e era uma ligação internacional, minha chefe estava de férias e eu estava, pela primeira vez, ocupando seu lugar. Ela me passou umas missões urgentes para resolver que me ocuparam o dia todo e eu não liguei de volta pra Minha Garota. Mandei uma SMS fuleira tarde da noite pra falar do meu dia e que ligava no outro dia. Não liguei. Pior, nem mandei SMS. Trabalhei todo o fim de semana e na segunda feira encontro com uma amiga em comum, que sempre disse que a Minha Garota era a fim de mim e aproveitei pra contar que estava doido pra falar com ela e minha amiga me joga a bomba "encontrei com ela hoje, está namorando".

Fiquei em choque, mas como minha amiga era mais minha amiga que dela contei o que aconteceu, do beijo no carro, da ligação, de tudo. Minha amiga me contou que o tal namorado era um homem bem mais velho que ela e que ele a cortejava (esse termo é velho igual o cara) há algum tempo. Não liguei pra ela, mas acabei me encontrando com ela em uma madrugada de sábado, cinco da manhã, em um bar fim de noite aqui na cidade. Eu cheguei com dois amigos e ela já estava sentada com o velho dela e dois caras em uma mesa. Ela olhou pra mim e eu fiz sinal pra que ela viesse até minha mesa e ela veio. Pedi pra deixá-la em casa para conversarmos e ela disse que não podia. "Não pode ou não quer", perguntei. "Não posso", ela respondeu. Um dos caras que estava na mesa com ela foi até minha mesa e disse pra ela que o namorado estava chamando. Eu olhei pro cara e disse que eu estava conversando com ela, quando terminássemos, ela ia. O cara deu meia volta e o namorado idoso ficou me observando. Insisti de novo para que ela voltasse comigo, pra me dar a chance de conversar e ela se limitava aos "não posso". Ela se levantou e foi ao banheiro, esperei um tempo e me levantei para ir ao banheiro também.

Quando passei em frente ao banheiro feminino, ela vinha saindo, eu entrei no vão que separa o banheiro do salão, a agarrei e a beijei. Ela me beijou de volta. "Volta comigo, por favor", eu disse. Ela respondeu "não posso" e retornou pra dentro do banheiro. Eu sai do vão e entrei no banheiro masculino. Quando saí o namorado dela estava na porta do banheiro e me perguntou se eu a tinha visto, olhei nos olhos dele e disse "não sei de quem você está falando" (ha ha ha essa foi foda. me senti como Ferris Bueller).

Nos afastamos, deixei de ter uma amiga pra conversar e ver filme de arte, de trocar seriados, de ouvir bossa nova olhando pro mar. De socorrer o outro em momentos de apuros, de tomar cervejinha. Então, eu percebi que eu podia ter sido feliz com ela. E deixei ela viver o romance que não pude dar.

[continua...]

segunda-feira, agosto 20, 2012

O amor que tive e recebi



A parte mais linda dessa música é:

"Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar"

Meu exemplo de amor foi o que vi com meus pais, que ficaram juntos e se amaram nos 20 anos que ficaram casados, até meu pai falecer. É por isso que eu acredito, sempre, no amor.

domingo, agosto 19, 2012

sonhos líricos e proféticos

Eu tenho alguns sonhos que se realizam, são pequenas janelas do futuro que são mostradas durante o meu sono. Não as tenho todas as noites, mas sei exatamente diferenciá-las dos sonhos líricos, a luz é diferente e, condiz com detalhes a realidade.

Em meus sonhos líricos meu mundo é diferente do real, os lugares são composições das casas, móveis e  pessoas que viveram comigo, tudo misturado. Posso estar na cidade em que moro atualmente, mas o prédio não é o que moro e sim o que morei na cidade onde fui criado. Nos meus sonhos proféticos, tudo é igual a realidade, a posição dos móveis, as roupas, tudo. Se eu sonhar que estou na casa de um amigo, e for la logo quando acordar, encontrarei tudo igual ao sonho. Já sonhei, inclusive, com a casa de um amigo em que nunca tinha entrado e ao entrar era igual ao meu sonho. Muito louco, mas não estou em busca de explicações.

Ontem sai com o Rafa e com um amigo meu, que tinha uma nova proposta de emprego pra ele e queria conversar sobre. Sentamos em um dos meus restaurantes preferidos e bebemos chopp enquanto conversávamos, Rafa acendeu dois ou três cigarros e atendeu algumas ligações do Tropeço que mais tarde foi ao restaurante buscá-lo. Ficou claro, logo que Tropeço chegou, que ele não estava satisfeito em descer do carro, o motivo eu só imagino: sabia que o Rafa estava bebendo e, logicamente, fumando.

Mas quero contar do meu sonho, pois sonhei que ia à casa do Rafa e via, de longe, o Tropeço indo embora (com a mesma roupa que estava no restaurante) e ele parecia bem chateado. Eu me escondia e esperava ele ir embora. Pensava que era um momento ótimo de me encontrar com o Rafa, mas voltei atrás e fui embora. Acordei. Pior, acordei com a sensação de que o Rafa estava chateado comigo e embora tenha vontade de ligar e perguntar se está tudo bem, vou seguir minha atual maturidade e aguardar e observar. Meu instinto diz que algo aconteceu e sim, tem haver com o Tropeço. Vamos aguardar e prometo dizer aqui.

As vezes acho que o Tropeço se faz de santo, embora resida um louco sociopata dentro dele, que ja demonstrou nas crises surtadas de ciúme que já deu com o Rafa. Quando fomos nos despedir ele disse pra mim "Deus lhe abençoe", eu o fitei nos olhos e respondi "Pra você também, que ele lhe abençoe e traga paz". Confesso que detesto esse tipo de coisa, não sou religioso, mas tenho muita fé. Acredito também que as palavras tem poder, mas não consigo levar a sério uma pessoa que em tudo coloca Deus no meio de suas palavras e sempre diz que ORA bastante. Eu não oro, eu rezo. Eu converso com a entidade que nos rege em agradecimento e nunca em pedidos, sempre agradeço por tudo que tenho e que eu continue sendo guiado no caminho do bem.

Meu amigo perguntou como o Rafa podia namorar com aquele cara, pois o achou imaturo, bobo. "Não entendo também", respondi. Então meu amigo, que nada sabe da minha história com o Rafa disse "Eu gosto tanto do Rafa, acho ele um cara tão legal. Mas vendo ele agora com esse namorado dele só me veio a cabeça uma coisa, que esse cara coloca ele pra trás". Eu me surpreendi, pois é o que eu acho e nunca tinha falado isso pro meu amigo.

Tô aqui com o coração apertado.

domingo, agosto 12, 2012

por onde anda?

Embora não pareça, sou um pouco antigo aqui em blogsville (acho que nessa época nem chamava assim) e da minha "tchurma" daquela época só restam o Foxx e o Dellano.

Por onde anda Jovem Aventureiro, OceanMar, Bi do Surf, Bi do Jaleco Branco e Macho Casado Mas Gay?

Eu amava seus blogs, e mais ainda amava conversar com eles. Por onde andam?

segunda-feira, agosto 06, 2012

quer guardar o mundo em mim.

Ontem, domingo, o Rafa veio aqui em casa. Assistimos um filme do lado um do outro, nossas mãos se tocaram e ele entrelaçou os dedos nos meus. Eu escorreguei minha cabeça até deitar no seu colo e ficamos assim, juntinhos assistindo o filme. Eu comecei a alisar seu peito, seus mamilos estavam duros e eu os beijei. Continuei beijando seu peito até chegar na barriga e ele pediu pra eu parar. Eu abri seu cinto e ele pediu para eu parar, disse que se sentia mal por conta do Tropeço. Eu respeitei, mas continuamos abraçados assistindo o filme, ele beijava minha cabeça e acarinhava meus cabelos. Eu roçava meus dedos serelepes pelo seu tórax.

Fomos jantar, levei em um dos restaurantes que mais gosto. Ele pediu para eu indicar um prato e eu disse o meu preferido. Conversamos amenidades e comemos. Fui deixá-lo em casa e ele perguntou se eu ia subir, eu perguntei se ele queria que eu subisse. "Sempre", respondeu. Estacionei e subi para o seu apartamento. Ele foi me mostrando um dos projetos que estava fazendo e eu gentilmente deitei em seu colo, ele afagou meus cabelos e ficamos conversando sobre trabalho. Ficamos abraçadinhos e eu novamente insisti pra rolar alguma coisa, mas veio a recusa com o estado que ele fica por conta do Tropeço. Ficamos abraçados e ele elogiou meus cabelos, os beijava e cheirava. Eu ficava alisando seu peito.

Ele começou a falar do relacionamento dele e eu gentilmente o beijei nos lábios "Eu não quero saber de nada do Tropeço. Não me interessa e nem me importa". Ele riu e ficou me olhando, seus olhos marejaram. "Meu rapaz", eu disse entre afagos. "Não quero ser motivo de tristeza, só de alegria". Ele riu e disse que eu era muito especial pra ele. Eu beijei seu peito, percorri seus pêlos com a lingua até desembocar no umbigo. Nos levantamos, nos abraçamos e eu parti.

Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer.




P.S.: Queria agradecer ao querido Foxx, que tão gentilmente cedeu a imagem nova no topo do blog (que ainda não está como eu quero, mas vai ficar).

quinta-feira, agosto 02, 2012

Diogo, o rapaz sem sorriso

Me foi solicitado atender e orientar uma pessoa para fazer um projeto para captação de patrocínio, meu chefe informou que ele iria me procurar e que havia dado meu telefone. Havia passado dias e a tal pessoa não tinha me ligado, eu nem sabia qual era o objeto do evento/produto dele, mas estava na expectativa. Era um sábado pela manhã, eu estava de costas, conversando com uma pessoa no balcão, quando ouvi uma voz grossa próxima a mim "Você é o Dramma?" E antes que eu respondesse que era eu, me virei e sorri. "Sim, sou eu", respondi.

O rapaz tinha 1,80m, aproximadamente, o rosto bonito e um tórax grande. Usava uma camisa justa listrada de branco e preto gola polo. Ele se apresentou e apertamos as mãos, ele sorriu. Ele tinha os dentes um pouco amarelados e um dos dentes da frente bem torto, pensei em como um rapaz tão bonito e novo não havia cuidado ao menos de corrigir o dente. Caminhamos para o lado de fora do prédio e sentamos em um banco no jardim, eram 08h30 e o sol esquentava um pouco minha pele que passa o dia inteiro no ar condicionado, cerrei os olhos contra a claridade e ele começou a me explicar o que precisava. 

Ele queria uma ajuda para elaborar um projeto de patrocínio para um evento da academia em que é sócio. Uma academia pequena, de bairro, mas que tinha nele um apoiador e queria atrair eventos para o seu espaço. Comecei a conversar e explicar os pontos que ele deveria colocar e oferecer de contrapartida para o futuro patrocinador. Ele começou a conversar e depois desandou a falar da sua vida, do seu trabalho fora o negócio da academia, de que havia casado havia três anos mas não era feliz no casamento e que malhar foi a válvula de escape para sua vida e que trouxe além de saúde um belo corpo. Eu devo ter soltado um sorriso ou olhado de outra forma, pois ele levantou a blusa mostrando sua barriga. "Eu era gordinho como você. Você precisa se cuidar". Eu olhei para sua barriga sarada, mas não trincada (e segurei a vontade de deslizar os dedos entre aqueles gomos) e levantei meus olhos encontrando com os deles, de cor levemente amendoadas. "Eu era gordinho igual a você" - ele repetiu - "mas encontrei alguém que me deu um trato". Eu ri e respondi que com incentivo era mais fácil. "Amanhã é domingo, se quiser eu te ligo pra te ajudar". Eu passei meu telefone e nos despedimos.

Sábado a noite era dia de tomar vinho na casa de uns amigos, mas voltei pra casa relativamente cedo e, relativamente ébrio, também. Acordei as 08h com meu telefone tocando. "Oi Dramma, é o Diogo (eu nem lembrava. Diogo, who?), vou correr na praia. Você não quer se encontrar comigo depois para conversarmos e eu te ajudar?" Consenti que sim e fui tomar banho, café, e me encontrar com ele no local combinado. 

Eu devia estar esperando fazia pouco mais de dez minutos sentado em um banco na beira-mar, quando vi aquele grande homem, com peito cabeludo, grandes mamilos, de sunga amarela e óculos escuros chegar próximo a mim. Nos cumprimentamos e ele sentou ao meu lado, todo suado. Combinamos de ir à casa dele, que era próxima e ele logo emendou que a esposa passava o final de semana na casa da mãe, tão ruim estava a situação entre eles. Ele entrou comigo no meu carro e se enxugou com sua camisa, que estava enrolada em sua cintura. Fomos conversando enquanto ele me guiava o caminho, eu estava extremamente empolgado com aquele homem ao meu lado, só desviava o olhar quando ele sorria e eu via seus dentes. Ele conversava animado e me olhava fixamente. 

Estacionei o carro, subimos para seu apartamento e ele sempre conversando sobre alimentação saudável, corrida, etc. Ele foi se encaminhando ao quarto e eu fiquei parado, estático na sala. Ele parou na porta, me olhou e disse "Você não quer esperar aqui no quarto enquanto tomo banho? Podemos continuar conversando". Entrei no quarto e sentei em sua cama sem cerimônia, com a mesma falta de cerimônia ele tirou a sunga na minha frente e entrou no banheiro. Eu olhei para sua bunda, grande e empinada, suas coxas grossas, corri os olhos rapidamente pelo seu membro que estava mole e percorri, ainda com os olhos, a extensão que ligava sua barriga até o tórax, passando por seu queixo, boca e nariz até chegar os olhos. Ele esboçou um sorriso e entrou no banheiro. Eu fiquei ali, teso, sem saber se o acompanhava ou se o esperava.

Ele continuou falando algo que eu nem entendia e as vezes desligava o chuveiro para me ouvir. Eu estava sentado na cama e reparava que não havia nenhuma foto dele e da esposa no quarto, só denunciava uma presença feminina por alguns pares de sapato alto e um soutien pendurado em uma cadeira. De repente Diogo pede para eu pegar uma toalha, eu entro no banheiro e pergunto onde tem. Ele está com o pau duro e o corpo todo molhado, mas não me convida, informa o local que eu devo pegar a toalha. Um estreito corredor entre o quarto e a sala tem um armário, lá encontro toalhas e lençóis, o cheiro de lavanda invade o ambiente assim que abro a porta. Antes que pudesse fechá-la sou surpreendido com o braço de Diogo segurando a toalha na minha mão "eu vou lhe dar o trato agora". Eu congelo. Sua boca beija suavemente a minha nuca e eu solto a toalha, coloco as mãos espalmadas no armário, Diogo beija meu pescoço e orelha e roça seu corpo molhado no meu.

Ficamos alguns minutos nessa sarração sem nos olhar, ele tira minha camisa e minha bermuda. Estamos os dois nus em seu corredor, ele sussurra palavras como "delícia", "safado", "bundão", eu fico calado,gemendo, me entregando à ele. Sinto seu pau em minha bunda, suas mãos grandes e ásperas percorrem meu corpo, eu deixo aquele homem me guiar e me dominar. "Quero meter", ele diz. Vamos para o quarto, eu na frente e ele atrás me lambendo, me beijando. Chegando ao quarto eu me viro, suas mãos sobem até meu rosto e me apertam as têmporas, ele aproxima sua boca da minha até sugar meus lábios em um beijo. Não posso dizer quantos minutos me perdi naquele beijo, em que esqueci dos seus dentes feios, enquanto minhas mãos alisam seus cabelos e nuca, percorrem seu tórax e se engancham entre os pelos, beliscando seus grandes mamilos. Sinto o cheiro de seu shampoo e o gosto de seu hálito. Diogo me joga na cama, mordisca o lábio inferior e repete que quer me dar um trato. Ele subiu na cama e ficou em pé na minha frente, entendi o recado. Passei a chupar aquele pau de 17cm, enquanto minhas mãos percorriam seu corpo. Ele segurava meus cabelos e me guiava em vai e vem gemendo, eu apertava sua bunda e deslizava os dedos pelo saco. Diogo veio por cima, entrelacei meus braços nele e nos beijamos. Ele levantou minhas pernas e encostou meus pés em seu rosto. Enquanto metia ele beijava carinhosamente minha orelha entre gemidos, mas não trocávamos olhares. Ele gozou soltando seu corpo em cima do meu meio arfante, minhas pernas estavam suspensas no ar. Ele beijou meu pescoço e perguntou como eu queria gozar. "Nas suas costas", respondi. Ele deitou de bruços, alisando o lençol da cama com as mãos e sorrindo, me sentei em cima de sua bunda e finalizei uma punheta nas suas costas, ele se virou, me puxou pra perto dele me aninhando em seu peito e disse que tinha pirado na minha bunda na primeira vez que a viu.

Devo ter cochilado um pouco, quando despertei já eram quase onze da manhã. Diogo dormia tranquilo ao meu lado, beijei seu rosto, alisei seu peito e ele acordou. Nos despedimos, ele disse que ao menos uma vez por mês tem a casa livre, se eu quiser ele pode me dar um trato sempre. Eu disse que queria sim, que ele me ligasse.

Fui pra casa e, claro, pensei no Rafa. Pensei em como tive uma manhã maravilhosa com um cara bacana, de corpo muito bacana e em como tinha sido bom. Muito bom. Mas pensei no Rafa, nas vezes em que ficamos juntos e em como tinha sido maravilhoso também. Acho que pela primeira vez, com o Diogo, experimentei sexo por sexo de maneira boa, sem me sentir mal ou com nojo de mim mesmo. Mas me sentir amado, liberto e em comunhão com o outro, foi só com ele, o Rafa.

sábado, julho 28, 2012

me cheira

Hoje estava no trabalhando, imerso em planilhas de financeiro (que checo 237 vezes antes de apresentar ao chefe) que não é o meu forte quando abre a porta um coroa muito enxuto, com seus quase 50 anos, braços e peitoral bem definido, corpo esguio e pede pra ver o material que estou preparando pra ele. "Estava mesmo esperando o senhor, sente aí", disse indicando a cadeira à minha frente, ele me cumprimenta simpático com um bom dia, aperta minha mão e dá a volta sentando ao meu lado. Ele usa uma calça jeans bem marcada em suas coxas e uma camisa preta canelada de manga comprida e uma gola moderna.

Eu abro o arquivo no computador e apresento o layout, ele chega próximo e diz que precisa corrigir umas informações. Os papéis estão numa mesa perpendicular a minha, que eu poderia pegar facilmente me apoiando nas costas da cadeira e esticando bem o braço. Eu escolho me levantar, virar as costas pra ele, e apoiando os cotovelos na minha mesa esticar o braço para pegar as folhas. Eu retorno, entrego a folha de papel e passando o braço por ele, me inclino para pegar a caneta, que entrego. "Não Dramma, escreve aí", ele diz em tom animado. Eu anoto o que ele diz, peço seu e-mail e telefone para passar o layout ajustado, antes da impressão. "Me dê um toque aí no meu celular para eu anotar seu número", ele pede e assim o fiz. "Seu número parece com o meu", ele diz. "Sim, parece". Respondo com um sorriso. Aquele homem alto, que deve ter sido atleta na juventude e mantém um belo corpaço aperta minha mão e se encaminha para a porta "espero sua ligação", e sai.

Quase que imediatamente ele abre novamente a porta e se encaminha para a minha mesa. "Posso lhe fazer uma pergunta?", eu respondo quem sim. "É meio estranha", ele completa. Fico tenso mas digo que sim. "Eu estou com um problema na garganta, acho que estou gripando e tomei hoje umas cápsulas de alho. Você sentiu cheiro de alho em mim?". Eu começo a rir e digo que não senti. Ele dá a volta, senta novamente ao meu lado, e falando bem próximo, com sua boca quase colada ao meu rosto pergunta novamente. "Não, não sinto não". Ele diz que sua urina tem cheiro de alho e ele tem medo de que esteja falando com as pessoas com cheiro de alho. "Não, seu hálito está bom", respondo.

"Tenho receio de meu suor estar com cheiro de alho" e ao terminar de falar ele aproxima seu pescoço do meu nariz, eu inclino a cabeça e cheiro perto da orelha "só sinto cheiro de perfume. Um bom perfume", respondo e dou um sorriso. Ele ainda próximo de mim, levanta o braço e o retesa, deixando o muque à mostra, passa a mão puxando a manga longa e o coloca próximo ao meu nariz. "Não sente?". "Sinto não, só senti seu perfume". Ele coloca a mão no meu ombro e o aperta "Valeu Drammazão", e saiu.

Eu fiquei, cheio de tesão.

segunda-feira, julho 23, 2012

cara valente

Eu imaginava que o negócio ia fluir mais com o Rafa depois da noite juntos. Sim, eu pensei que ia rolar de novo, o que não rolou. Quando nos encontramos ele não me abraçou e, confesso, nem eu. Fiquei esperando a iniciativa por parte dele, afinal havíamos combinado de deixar o barco correr, havíamos nos falado ao telefone algumas vezes de modo normal mas não tocamos no assunto.

Sempre serei eu a tomar as iniciativas? Que plano de vida é esse que escolhi pra mim onde eu tenho que dar todos os primeiros passos? Que diabos de carma eu tô pagando? Eu ando louco pro meu amigo de São Paulo chegar pra abrir meu coração pra ele. Não estou esperando que ele me diga o que devo fazer (pois isso nem eu sei), mas eu sei que ele vai me entender e segurar a minha mão. Eu ando com um grito entalado no peito, um grito tão alto que calou o rapaz tagarela que existe em mim. Eu ando tão calado, mas também sereno, que os amigos mais próximos ja me disseram que eu não me pareço mais com quem eu costumava ser. No que me tornei? Ou pior, em quem?

Mas não estou sofrendo (eu acho). Eu tô seguindo a minha vida, embora o Rafa permeie o meu pensamento grande parte do dia e sempre acabe me ligando (minha energia atrai a dele?). Me trata do jeito que sempre me tratou e eu falo normal, sem duplo sentido, sem pedir nada ou me humilhar pela presença dele. Claro que o Tropeço é prioridade pra ele, mas ele tem combinado coisas comigo, tentando intercalar a agenda. Uma amiga nossa em comum, que sabe dele, mas não sabe de mim e nem sabe da gente (aliás, nem sonha), ontem me disse que não entende o porque deles ainda estarem juntos. Ela olhou pra mim e disse "as vezes eu acho que ele está com esse cara porque sabe que não pode ter você". Eu ri e perguntei "como assim"?, e ela me respondeu "eu sempre achei que ele fosse apaixonado por você, mas como não pode te ter, ele se acomoda nesse cara ao invés de procurar um igual, que o bote pra frente, aí prefere viver essa vida medíocre".

Uau.

Eu quero dormir, acordar e saber que a vida taí pra brincar de modelar. Cara valente esse Rafa.

domingo, julho 22, 2012

pra casar

No meu novo trabalho eu tenho reparado muito nas pessoas, meu chefe, que é um gato (apesar de baixinho) e fala com a gente nos olhando tão profundo que parece enxergar mais do que estou mostrando. E eu olho de volta, do mesmo  jeito, não me intimido. E o assessor dele, um cara de riso franco, gostosinho, com seus quase 40 anos. O assessor me chamou muito a atenção, por ser educado, cordial, simpático, um fofo. É daqueles "pra casar" (igual eu, dizem) e eu já me imaginei lambendo todo aquele corpo esguio e branco, cheirando seu suvaco (adoro) e apertando a sua bundinha, que eu colocaria nos TOP 10 de bundas bonitas em calça jeans.

Claro que ja fuçei no face, ja rastreei os amigos em comum, mas não tive coragem de adicioná-lo. Vamos dar tempo, né? Vamos deixar as relações fluírem sem forçar. Gosto do andado do tempo, passo a passo, sem percalços e sem a pressa que eu tinha tanto quando adolescente.

O fofo tem cara desses romances de mãos dadas, de noites quentes em quatro paredes, que vem a brisa do sol despertar fugidia pela esguelha de cortina que não foi fechada. Tem gosto, e cheiro, de bom dia com sorrisos. Mas não estou apaixonadinho, embora goste de ficar observando-o e quando sou surpreendido sorrio, recebendo um sorriso de volta.

Meninos fofos foram feitos pra casar, ser pais, bons maridos. São bons filhos, bons companheiros e bons amantes, embora não tenham o ardor do pecado. Não geram desconfiança, e ultimamente tenho achado que todos nós procuramos o proibido, pra satisfazer o espírito aventureiro que habita em nós e quer liberdade.

Depois falo sobre o Rafa.

quinta-feira, julho 12, 2012

romaria


Eu sempre amei essa música. Ela me trazia uma segurança dentro do peito, uma vontade de cantar, como se fossem minhas as letras nela contida, extraídas do meu ser. Eu me sinto tão acalentado quando a escuto e pondero  sobre a minha vida, esperando que Nossa Senhora Aparecida ilumine a mina escura e funda, o trem da minha vida...

Então hoje, eu estava escutando e minha mãe me disse "essa música é tão linda, eu cantava tanto pra você quando eras pequeno". E eu fiquei bobo, perdido em meus pensamentos, sobre meu cavalo.



terça-feira, julho 10, 2012

pós-garoto de programa (uma noite com o Rafa)

O Rafa me ligou e conversamos um pouquinho sobre amenidades, eu disse que ia assistir a luta com uns amigos e perguntei se ele queria ir. Ele topou e veio pra minha casa. Eu havia preparado uma surpresa pro aniversário dele, ao longo do semestre consegui adquirir alguns itens que ele não tem na coleção dele e sei que estava muito a fim de ter. Mais importante: consegui manter surpresa.

Ao chega aqui em casa eu lhe dei o primeiro presente, um encadernado do Sandman com minha coletânea de histórias favoritas, entre elas "sonhos de uma noite de verão". Eu disse que ia entregar logo seu presente de aniversário, já que meus horários na semana estão complicados, ele ficou feliz, agradeceu, me deu um abraço. Cheguei no meu quarto e lhe entreguei uma grande caixa, onde estavam todos os itens que consegui, ele pegou um em particular, sorriu com um sorriso do tamanho do mundo e me abraçou, impressionado que eu tinha conseguido. "E os outros itens?", perguntei. Ele pareceu realmente surpreso, pois não achava que eram pra ele, e sim meus. "É tudo pra mim?", perguntou surpreso. Ele começou a pular e me abraçou, pulou, olhos todos os itens, parecia uma criança feliz com o brinquedo novo. Eu olhei pra ele e disse "você faz coisas por mim que fazem meus olhos brilhar, eu queria ver seus olhos brilhando também".

Passei perfume, troquei a camisa, fui pegar dois amigos e saímos na peregrinação de bares atrás da luta. Passamos em TREZE bares, ou estavam lotados demais ou a falta de visão do proprietário não reservou um telão, deixando literalmente seu bar às moscas. Despretensiosamente ao passar pela nossa última tentativa, conseguimos uma mesa pequenininha, mas que abrigava nós quatro e estava perto da TV. Assistimos a luta, bebemos, comemos, jogamos sinuca, conversamos muito. Foi uma noite incrivelmente divertida, por mim teria esticado até de manhã cedo, mas meus compromissos profissionais me impediram de ser um pouco irresponsável. Deixei meus amigos em casa e perguntei pra ele se ele dormiria na minha casa, estava realmente tarde, eu estava bêbado e com muito sono.

Ao chegar em casa coloquei o colchão de hóspedes no chão e fui me trocar, quando voltei o Rafa estava em pé de cueca, me deitei em minha cama e ele também. Me abraçou, me beijou na testa e dormimos abraçadinhos.

Acordei por volta das cinco da manhã, beijei o peito dele, alisei seu peito, sua barriga e seu membro (que estava acordado), sussurrei em seu ouvido se ele queria um boquete. Ele respondeu que sim, escorreguei minha cabeça pelo seu abdomen até seu pau e me dispûs a chupá-lo. Ele acariciava minha cabeça e de vez em quando entre gemidos soltava que tava maravilhoso, que era muito bom acordar daquele jeito. Não sei se já disse aqui, mas o Rafa demora muito pra gozar, me dediquei a lamber, chupar e sugar seu membro durante uma hora e quarenta minutos. Após tomar meu leitinho, ele me beijou na boca e dormimos até as dez da manhã.

Claro que a volta pra casa dele não foi as mil maravilhas, conversamos bastante. Ele chorou, e sei o quanto deve pesar em sua consciência e seu peito por causa de sua relação com o Tropeço. Então ele disse que GOSTAVA do cara, que me amava. Eu olhei pra ele e perguntei se ele se ouvia falando, que ele sempre usava o termo gostar pro cara. Ele reiterou, que gostava do Tropeço e disse que não tinha coragem de fazer comigo o que faz com o namorado. "Fazer o que?", perguntei. E ele me disse "trair. Eu não vou ter coragem de fazer isso com você". Eu olhei pra ele e disse calmamente e em um tom sereno "vamos tocar o barco, eu não quero saber se você vai ficar somente comigo, mas eu quero ficar somente com você". E antes que alguém levante a bandeira do amor próprio, eu tenho que dizer que o que é nosso fica com a gente, o que não é vai embora. Só o tempo poderá dizer se ele iria me trair e se eu não suportaria saber disso. Está tudo certo, mas nada resolvido, é seguir na correnteza e tomar cuidado para não se afogar.