quarta-feira, julho 12, 2006

Garotos novos



Já beiro meus 30 anos. E revendo fotos de minha adolescência (14, 15, 16 anos). Aliás, rindo dessas fotos em plena década de 80 com suas camisetas regatas, calças "OP" e cores berrantes eu comecei a ver os garotos a quem eu homenageava em minhas primeiras punhetas.
Vale comentar que muitos deles, hoje também nas beiras dos 30, ficaram mais bonitos, com corpos perfeitos e outros, talvez pra compensar os que ficaram bons, ficaram o pior dos piores. Primeiro que essa galera engorda de uma forma desproporcional, não sendo nenhum gordinho bonitinho, os cabelos "rareiam", e o charme se foi.
Bem, mas o que me intriga é que fui buscar meu primo de 16 anos em um aniversário. Ele, com 1,94 (nós não éramos tão altos assim!), corpo enxuto, cara de menino, sorriso largo. Um tesãozinho, eu diria. Não sei se pelo fato de conviver com ele eu o ache "normal" e me espantei quando ele pediu para deixar três amigos dele em casa.
Todos altos como ele, variavam entre 1,85 a 1,90. Praticamente "neo-pitbulls", com corpos malhados, peitoral definido, braços grossos, barriga de tanquinho (sim, dois deles entraram sem camisa no carro). Todos com cara de homem, passavam por 20 anos numa boa (se não abrirem a boca).
Um deles, Caio estava visivelmente embriagado. Lembro que meu primeiro grande porre foi aos 18 anos, e eu me achava muito pivete para beber daquele jeito quando tinha 16. Tivemos que levar o rapaz ao hospital para tomar glicose. Meu primo, sabendo que eu sou de resolver os problemas, pediu para eu não avisar os pais do menino e nem aos meus tios.
Tudo bem, eu não ia querer de maneira nenhuma ser conhecido como delator ou dedo-duro naquela turminha de novos deuses gregos. Recomendei que os outros dois que também estavam bêbados ficassem no carro e fui dar entrada no hospital. Me apresentei como irmão mais velho, disse que não sabia aonde ele havia bebido (para evitar que talvez pudesse ter que responder algumas perguntas a policiais) e que era responsável por ele. Entramos na enfermaria e com a ajuda de outro enfermeiro o deitamos na cama. Ele iria tomar glicose e no máximo em uma hora estaria liberado. Eram 2:30 da manhã e com sorte o rapaz iria pra casa antes do pai dele acordar pra comprar o pão.
Caio apagou, fiquei alisando o peito do moleque em segredo, protegido pela cortina da enfermaria. Resolvir abrir sua calça só pra conferir o volume...e que volume! Definitivamente os meninos de hoje não são como os de antigamente.
(Só pra não acabar aqui com um gostinho que faltou história. Eu não iria chupar o moleque desacordado e dentro de um hospital. Ainda era amigo do meu primo, teria que partir dele alguma iniciativa. Mas levei o moleque pra casa, e hoje, um ano depois, a turminha deles toda me adoram. Me acham um cara dez, que sempre os livrou de encrenca. Não transei, mas tive minhas compensações)

Nenhum comentário: